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Brasil lamenta perda inestimável de Barbara Starfield Um dos nomes mais importantes para a saúde pública mundial acaba de nos deixar. A médica norte-americana Barbara Starfield, uma das responsáveis por colocar o SUS em evidencia internacional, faleceu na última sexta-feira 10 de junho. Nasceu no Brooklyn em New York e graduou-se em Pediatria. Era professora da Johns Hopkins Loomberg Escola de Saúde Pública. Fundou e presidiu a Sociedade Internacional para a Eqüidade em Saúde (ISEqH) e dirigiu o Centro para Políticas em Atenção Primária da Universidade Johns Hopkins. Autora de diversos artigos e livros e com vários prêmios na área, como o “Pew Primary Care Award”, “Distinguished Investigator of the Association for Health Services Research Award” e o “Martha May Eliot Award from the American Public Health Association”. Barbara veio ao Brasil em diversas ocasiões, contribuindo para o crescimento e fortalecimento da Atenção Primária à Saúde (APS). Sempre defendeu que a APS tem papel fundamental e efetivo na organização de sistemas de saúde, reduzindo custos, humanizando a atenção e levando os serviços para mais perto do cidadão. Entende que é ruim um sistema de saúde com muitos especialistas e argumentava: “Não estamos lidando com doenças e sim com pessoas, e pessoas não são iguais a doenças. Algumas pessoas têm muitas doenças, outras têm poucas, mas você tem que abordar a pessoa como uma pessoa, não como uma doença.” Em 2002 esteve no país para lançar em língua portuguesa o livro Atenção Primária: Equilíbrio Entre Necessidades, Serviços e Tecnologia. Publicação editada em parceria entre o Ministério da Saúde e a UNESCO. Retornou diversas vezes depois em eventos por todo Brasil, lançou livros e conheceu de perto a experiência do Sistema Único de Saúde. Fui uma importante divulgadora do esforço brasileiro em estender a saúde com qualidade a toda população. Comemorou no ano passado a vitoria brasileira para sediar o Congresso Internacional de Medicina de Família em 2016. O médico de família e comunidade Luis Fernando Sampaio, ex-diretor do Departamento de Atenção Básica esteve com Barbara pela última vez em novembro de 2010 na África do Sul. Nesta oportunidade se emocionou ao vê-la sugerir para os sul africanos, que se espelhem no Brasil para concentrar as ações e recursos da saúde em atenção primária. “Ela defendia a mudança de grande porte, o Brasil hoje é referencia graças a ela. Que batalhou nos anos que a resistência (a APS) era maior ainda e foi bem sucedida”, lembrou Luis Fernando. Barbara foi uma defensora incansável da medicina de família e cuidados de saúde primários. Para o presidente da Organização Mundial de Médicos de Família (WONCA) Dr. Richard Roberts: “Ela lembrou-nos porque escolhemos nos tornar médicos de família - para ajudar as pessoas, melhorar a saúde, e tornar o mundo um lugar melhor e mais justo.” |
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