sexta-feira, 30 de abril de 2010

HIPERTENSÃO ARTERIAL – PRESSÃO ALTA

                           


Um dos grandes problemas da hipertensão (pressão alta) é o fato desta ser assintomática até fases avançadas. Achar que a pressão está alta ou normal baseado em sintomas como dor de cabeça, cansaço, dor no pescoço ou nos olhos, sensação de peso nas pernas ou palpitações, é um erro muito comum entre os hipertensos.
Outro erro é avaliar a pressão arterial com aferições isoladas. Um hipertenso pode ter momentos do dia em que a pressão esteja dentro ou próximo da faixa de normalidade, assim como uma pessoa sem hipertensão pode apresentar elevações pontuais de pressão arterial devido a fatores como estresse e esforço físico. Portanto, não se faz diagnóstico nem se descarta hipertensão baseado em apenas um medida.
Vários fatores podem alterar a pressão pontualmente, entre eles, estresse, esforço físico, uso de bebidas alcoólicas ou cigarro etc... A maioria das pessoas só procura medir sua pressão após eventos de estresse emocional ou dor de cabeça, situações que por si só podem aumentar os níveis tensionais.
Para se dar o diagnóstico de hipertensão são necessárias de 3 a 6 aferições elevadas, realizadas em dias diferentes, com um intervalo maior que 1 mês entre a primeira e a última aferição. Deste modo, minimiza-se os fatores confusionais externos.

Em caso de dúvidas, o ideal é solicitar uma M.A.P.A (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial). O exame é basicamente um aparelho de pressão que fica no braço do paciente durante 24h, aferindo sua pressão diversas vezes por dia, em situações diárias comuns como dormir, comer, trabalhar etc...
Pessoas com mais de 50% das aferições elevadas são consideradas hipertensas. Entre 20% e 40% das medições elevadas, são pessoas com grande risco de desenvolver hipertensão, o que já indica mudanças nos hábitos de vida e de alimentação. Pessoas normais apresentam a pressão controlada por mais de 80% do dia.

A definição mais aceita hoje em dia sobre hipertensão é a seguinte:

Normotensos: pressões menores ou igual a 120/80 mmHg
Pré-hipertensos: Pressões entre 121/81 - 139/89 mmHg
Hipertensos grau I : Pressões entre 140/90 - 159/99 mmHg
Hipertensos grau II: Pressões maiores ou iguais a 160/100 mmHg

Hipertensão do jaleco branco
Dá-se esse nome quando encontramos pacientes que só apresentam níveis pressóricos elevados durante as consultas médicas. São pessoas que ficam ansiosas na presença do médico e a pressão sobe pontualmente. Às vezes é difícil diferenciá-los dos hipertensos verdadeiros. Em geral é preciso realizar o M.A.P.A para se ter certeza.

A hipertensão do jaleco branco não é hipertensão propriamente dita, mas acomete pessoas que apresentam maior tendência de desenvolvê-la. Portanto, a hipertensão do jaleco branco é fator de risco para hipertensão real e também indica mudanças nos hábitos de vida visando impedir a progressão para a doença estabelecida.

A hipertensão está associada a diversas doenças graves como:

- Insuficiência cardíaca

- Infarto do miocárdio
- Arritmias cardíacas

- Morte súbita
- Aneurismas
- Perda da visão (retinopatia hipertensiva)
- Insuficiência renal crônica
- AVC isquêmico e hemorrágico
- Demência por micro infartos cerebrais.
- Arterioesclerose

A hipertensão raramente tem cura e o objetivo do tratamento é evitar que órgãos importantes como coração, olhos, cérebro e rins sofram lesões que causem as doenças descritas acima. Estes são os chamados órgãos alvos.

Como já mencionado, as lesões iniciais da hipertensão são assintomáticas, porém, existem exames que podem detectá-las precocemente.

RINS

Uma manifestação precoce de lesão renal pela pressão elevada é a presença de proteínas na urina, chamada proteinúria. Essas proteínas podem ser detectadas facilmente através de um exame de urina simples chamado de E.A.S. Pequenas quantidades de proteínas são assintomáticas. Lesões renais avançadas levam a grandes proteinúrias, que se manifestam como uma grande formação de espuma na urina (tipo colarinho de chopp). Outro sinal de doença avançada é a elevação da creatinina sanguínea.

A pressão alta não tratada pode a longo prazo, levar a insuficiência renal terminal e necessidade de hemodiálise.

OLHOS

A hipertensão leva a lesão dos vasos que irrigam os olhos causando perda progressiva da visão. Um exame de fundo de olho pode revelar lesões precoces que ainda não causam sintomas. É aquele exame simples em que o médico dilata a nossa pupila e depois observa o olho com uma lanterna especial.
 Na retinopatia hipertensiva avançada ocorrem hemorragias,  inflamação e deformidade dos vasos.

                                                          olho normal                                         Retinopatia hipertensiva                                        
                                    



CORAÇÃO

O coração é talvez o órgão que mais sofra com a hipertensão. A pressão arterial elevada faz com o ele tenha que bombear o sangue com mais força para vencer essa resistência. O coração é um músculo e como tal se hipertrofia (aumenta a massa muscular) quando submetido a esforços cronicamente. Um coração com massa muscular aumentada, apresenta um espaço menor na sua cavidade para receber sangue. Isso é chamado de disfunção diastólica.

Portanto, a hipertrofia do ventrículo esquerdo e a disfunção diastólica são os sinais mais precoces de estresse cardíaco pela hipertensão. Podem ser detectado no eletrocardiograma, mas são melhores vistos no ecocardiograma.

Como um elástico que durante muito tempo foi esticado e acaba por perder sua elasticidade, ficando frouxo, o coração depois de anos de estresse pela hipertensão começa a dilatar e perder a capacidade de bombear o sangue. A esta fase dá-se o nome de insuficiência cardíaca .


CÉREBRO

Um dos mais importantes fatores de risco para AVC (derrame cerebral) é hipertensão.
Muitas vezes os infartos cerebrais são pequenos e não causam grandes sequelas neurológicas agudas. Conforme o tempo passa e hipertensão não é controlada, essas pequenas lesões vão se multiplicando, sendo responsáveis pela morte de milhares de neurônios. O paciente começa a apresentar um quadro de progressiva perda das capacidades intelectuais que costuma passar despercebida pela família nas fases iniciais, mas que ao final, leva a um quadro chamado de demência multi-infarto ou demência vascular.

Na maioria das vezes essas lesões de órgãos alvos podem ser revertidas se tratadas a tempo. Mas para isso, é necessária a conscientização de que a hipertensão deve ser tratada antes dos sintomas das lesões de órgão alvo aparecerem, e não depois.

Os principais fatores de risco para hipertensão são:

- Raça negra
- Obesidade
- Elevado consumo de sal

- Consumo de álcool
- Sedentarismo
- Colesterol alto
- Apnéia obstrutiva do sono
- Tabagismo

Uma vez feito o diagnóstico, todos os doentes devem se submeter a mudanças de estilo de vida antes de se iniciar terapia com medicamentos. As principais são:
- Redução de peso
- Iniciar exercícios físicos
- Abandonar cigarro
- Reduzir o consumo de álcool
- Reduzir consumo de sal
- Reduzir consumo de gordura saturada
- Aumentar consumo de frutas e vegetais

Aqueles doentes que já chegam ao médico com pressão alta e sinais de lesão de órgão alvo, devem iniciar tratamento medicamentoso logo, uma vez que o fato indica hipertensão de longa data.

Apenas pacientes com sinais de lesão de órgão alvo, insuficiência renal crônica, diabetes ou com doenças cardíacas, devem iniciar o tratamento com drogas imediatamente. Obviamente, as mudanças de estilo de vida também estão indicadas neste grupo.

O problema é que a maioria dos pacientes não consegue aceitar mudanças no estilo de vida e acabam tendo que tomar medicamentos para controlar a pressão.

A redução da pressão com essas mudanças costuma ser pequena e dificilmente uma pessoa com níveis pressóricos muito altos (> 160 x 100 mmHg) consegue controle sem a ajuda dos remédios.

Fonte - Internet
Postado por Jacira

quinta-feira, 22 de abril de 2010

TABAGISMO



O tabaco é uma planta cujo nome científico é Nicotina tabacos, da qual é extraída uma substância chamada nicotina. Seu uso surgiu aproximadamente no ano
1000 A.C., nas sociedades indígenas da América Central, em rituais mágicos religiosos com objetivo de purificar, contemplar, proteger e fortalecer os ímpetos guerreiros, além de acreditar que a mesma tinha o poder de predizer o futuro. A planta chegou ao Brasil provavelmente pela migração de tribos tupis-guaranis. A partir do século XVI, o seu uso foi introduzido na Europa, por Jean Nicot, diplomata francês vindo de Portugal, após ter-lhe cicatrizado uma úlcera de perna, até então incurável.
No início, utilizado com fins curativos, através do cachimbo, difundiu-se rapidamente, atingindo Ásia e África, no século XVII. No século seguinte, surgiu a moda de aspirar rapé, ao qual foram atribuídas qualidades medicinais, pois a rainha da França, Catarina de Médicis, o utilizava para aliviar suas enxaquecas.
No século XIX, iniciou-se o uso do charuto, através da Espanha atingindo toda a Europa, Estados Unidos e demais continentes, sendo utilizado para demonstração de ostentação. Por volta de
1840 a 1850, surgiram as primeiras descrições de homens e mulheres fumando cigarros, porém somente após a Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918) seu consumo apresentou uma grande expansão.
Seu uso espalhou-se por todo mundo a partir de meados do século XX, com ajuda de técnicas avançadas de publicidade e marketing, que se desenvolveram nesta época.
A partir da década de 60, surgiram os primeiros relatórios científicos que relacionaram o cigarro ao adoecimento do fumante e hoje existem inúmeros trabalhos comprovando os malefícios do tabagismo à saúde do fumante e dos não fumadores exposto à fumaça do cigarro.
Hoje o fumo é cultivado em todas as partes do mundo e é responsável por uma atividade econômica que envolve milhões de dólares.
Apesar dos males que o hábito de fumar provoca, a nicotina é uma das drogas mais consumidas no mundo.

Efeitos no cérebro

Quando o fumante dá uma tragada, a nicotina é absorvida pelos pulmões, chegando ao cérebro geralmente em 9 segundos.
Os principais efeitos da nicotina no Sistema Nervoso Central são: elevação leve no humor (estimulação) e diminuição do apetite. A nicotina é considerada um estimulante leve, apesar de um grande número de fumantes relatarem que se sentem relaxados quando fumam. Essa sensação de relaxamento é provocada pela diminuição do tônus muscular.
Essa substância, quando usada ao longo do tempo, pode provocar o desenvolvimento de tolerância, ou seja, a pessoa tende a consumir um número cada vez maior de cigarros para sentir os mesmos efeitos que originalmente eram produzidos por doses menores.
Alguns fumantes, quando suspendem repentinamente o consumo de cigarros, podem sentir fissura (desejo incontrolável por cigarro), irritabilidade, agitação, prisão de ventre, dificuldade de concentração, diurese, tontura, insonia e dor de cabeça. Esses sintomas caracterizam a síndrome de abstinência, desaparecendo dentro de uma ou duas semanas.
A tolerância e a síndrome de abstinência são alguns dos sinais que caracterizam o quadro de dependência provocado pelo uso de tabaco.

Efeitos no resto do organismo

A nicotina produz um pequeno aumento no batimento cardíaco, na pressão arterial, na frequência respiratória e na atividade motora.
Quando uma pessoa fuma um cigarro, a nicotina é imediatamente distribuída pelos tecidos. No sistema digestivo provoca queda da contração do estômago, dificultando a digestão. Há um aumento da vasoconstrição e na força das contrações cardíacas.

Efeitos tóxicos

A fumaça do cigarro contem um número muito grande de substâncias tóxicas ao organismo. Dentre as principais, citamos a nicotina, o monóxido de carbono, e o alcatrão.
O uso intenso e constante de cigarros aumenta a probabilidade da ocorrência de algumas doenças como por exemplo, a pneumonia, câncer (pulmão, laringe, faringe, esôfago, boca, estômago, entre outros), infarto do miocárdio; bronquite crônica; enfisema pulmonar; derrame cerebral; úlcera digestiva; etc. Entre outros efeitos tóxicos provocados pela nicotina, podemos destacar ainda náuseas, dores abdominais, diarreia, vômitos, cefaleia, tontura, bradicardia e fraqueza.

Tabaco e gravidez

Quando a mãe fuma durante a gravidez "o feto também fuma", recebendo as substâncias tóxicas do cigarro através da placenta. A nicotina provoca aumento do batimento cardíaco no feto, redução do peso do recém-nascido, menor estatura, além de alterações neurológicas importantes. O risco de abortamento espontâneo, entre outras complicações durante a gravidez é maior nas gestantes que fumam.
Durante a amamentação, as substâncias tóxicas do cigarro são transmitidas para o bebe também através do leite materno.

Tabagismo passivo

Os fumantes não são os únicos expostos à fumaça do cigarro pois os não fumantes também são agredidos por ela, tornando-se fumantes passivos.
Os poluentes do cigarro dispersam-se pelo ambiente, fazendo com que os não fumantes próximos ou distantes dos fumantes, inalem também as substâncias tóxicas.
Estudos comprovam que filhos de pais fumantes apresentam uma incidência 3 vezes maior de infecções respiratórias (bronquite, pneumonia, sinusite) do que filhos de pais não-fumadores.
Aspectos gerais
O hábito de fumar é muito frequente na população. A associação do cigarro com imagens de pessoas bem sucedidas, jovens, desportistas já foi uma constante nos meios de comunicação. Este tipo de propaganda era fator importante como estímulo ao uso do cigarro, tipo de propaganda hoje, proibida por lei. Por outro lado, os programas de controle do tabagismo, vêm recebendo um destaque cada vez maior em diversos países, ganhando apoio de grande parte da população.

O que é INCA/Contapp?

O INCA (Instituto Nacional de Câncer) é o órgão do Ministério da Saúde responsável pelas ações de controle do tabagismo e prevenção primária de cancer no Brasil, através da Coordenação Nacional de Controle do Tabagismo e Prevenção Primária de Cancer (Contapp). Essas ações vão desde a comemoração de datas específicas, como Dia Mundial sem Tabaco, 31 de Maio e Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29 de Agosto, até a estruturação e realização de programas continuados para controle do tabagismo e de outros fatores de risco de cancer, em unidades de saúde, escolas e ambientes de trabalho.
Para isso, o INCA/Contapp, coordena uma rede de 27 coordenadores estaduais, capacita recursos humanos, desenvolve pesquisas, elabora livros didáticos sobre o tema, além de folhetos, cartazes e adesivos; presta assessoria técnica nos projetos de lei sobre tabagismo, que tramitam no Congresso Nacional; e participa de congressos de todas as áreas do conhecimento relacionadas ao tabagismo.





Fonte: Oficina.cienciaviva.pt
Postado por Jacira