Antes de falar dessa bactéria, tão em evidência nos últimos meses, devido ao surto recente na Alemanha, vamos relembrar algumas generalidades sobre as bactérias, aprendidas nas aulas de biologia dos tempos de escola.
Bactérias, são microorganismos celulares, pertencentes ao reino vegetal, que se reproduzem por cissiparidade ou divisão binária, isto é, cada microorganismo ao longo de determinado período de tempo, que varia de acordo com a espécie, se divide em dois. Outro tipo de reprodução, característico dos bacilos, é pela formação de esporos resistentes. Os esporos são corpúsculos esféricos ou ovóides, capazes de sobreviver em condições extremamente adversas, como grandes variações de temperatura e ação de agentes químicos.
Existem bactérias não danosas aos organismos vivos, chamadas saprófitas e bactérias nocivas, ou patogênicas.
As bactérias podem se apresentar sob várias formas. Denominam-se cocos às que tem formato de esfera. Estas por sua vez, quando aos pares, denominam-se diplococos; quando em forma de rosário, estreptococos; em forma de cachos, estafilococos.
Denominam-se bastonetes ou bacilos as bactérias em forma de bastão.
Algumas se apresentam com aspecto característico, em espiral, e são chamadas espirilos ou espiroquetas.
Tanto os cocos quanto os bacilos dividem-se em dois grandes grupos: Gram positivos (coram-se em roxo) e Gram negativos (coram-se em vermelho). Esta classificação é feita de acordo com a coloração pelo método de Gram, usada em exames laboratoriais.
Um destes tipos de exames é a cultura bacteriana, no qual se promovem condições ideais de alimentação, temperatura e crescimento a um determinado tipo de bactéria, chamados meios de cultura.
Os meios de cultura variam de acordo com o tipo de bactéria que se quer identificar.
A Escherichia coli, é um bastonete Gram negativo, móvel, em sua maioria, que habita de forma constante o intestino humano, ou seja, pertence à família das enterobactérias. Cada pessoa evacua em média, com as fezes, um trilhão de bactérias E.coli todos os dias. A E. coli apresenta várias cepas, que nada mais são que subtipos, variações dentro da espécie. Na maior parte das vezes, esses subtipos são inofensivos ao organismo.
Todos os subtipos possuem lipossacarídeo (LPS), como todas as bactérias Gram-negativas. Esta molécula externa, em determinadas situações pode levar a uma ativação desproporcional o sistema imunológico e a vasodilatação excessiva, provocada pelas citocinas produzidas, pode levar ao choque sético e morte em casos de septicemia
Sua presença na água ou alimentos poderá caracterizar contaminação fecal.
A doença mais comum causada pela E. coli no homem, relaciona-se ao trato urinário, acreditando-se que ela passe do trato intestinal para o urinário, por via linfática. Sua ocorrência costuma ser maior em crianças, grávidas e portadores de lesões obstrutivas do trato urinário. Normalmente, o aparelho urinário é estéril, isto é, livre de bactérias, porém, é relativamente frequente a presença de alguns tipos, especialmente nas mulheres, devido à anatomia da genitália feminina.
Quando a bacteriúria (presença de bactérias na urina) for superior a 100.000 bactérias/ml de amostra, fica patente a infecção urinária.
Subtipos de E. coli
Variam de indivíduo para indivíduo e de população para população. Ex: um um brasileiro poderia ser contaminado por um subtipo na Argentina, e seu sistema imune reagir favoravelmente à infecção. Entretanto um europeu exposto ao mesmo subtipo sofreria danos consideráveis à sua saúde pois suas defesas não reconheceriam a cepa comum aos sul americanos. E vice versa.
A cepa de E.coli que existe normalmente nos intestinos de um determinado indivíduo é bem conhecida e controlada pelo seu sistema imunológico, e raramente causa problemas exceto quando há debilidade do organismo.
Há, no entanto, cepas que provocam problemas de saúde, inclusive no Brasil. A mais conhecida é a O157:H7, que pode causar complicações em crianças.
Nos casos de enterite ou meningite neonatal, há invasão do lúmen intestinal por cepas diferentes daquelas normais no indivíduo.
A variação que está causando mortes na Europa se chama O104:H4. Ela causa os mesmos males que a cepa que já era conhecida, mas é bem mais agressiva. Por isso, está atacando também adultos e provocando problemas tão sérios.
A bactéria provoca lesões na parte de dentro do intestino que fazem com que saia muito sangue nas fezes. Por isso, essa variação também é conhecida como E.coli entero-hemorrágica (Ehec, na sigla em inglês).
Ela pode produzir ainda uma toxina chamada Shiga ou verotoxina, o que justifica suas outras nomenclaturas: E.coli produtora de verotoxina (VTEC) e E.coli produtora de toxina Shiga (STEC). Essa toxina provoca a quebra dos glóbulos vermelhos, o que leva à anemia, e provoca também insuficiência renal. A doença é conhecida como síndrome hemolítico-urêmica (SHU).
A bactéria provoca lesões na parte de dentro do intestino que fazem com que saia muito sangue nas fezes. Por isso, essa variação também é conhecida como E.coli entero-hemorrágica (Ehec, na sigla em inglês).
Ela pode produzir ainda uma toxina chamada Shiga ou verotoxina, o que justifica suas outras nomenclaturas: E.coli produtora de verotoxina (VTEC) e E.coli produtora de toxina Shiga (STEC). Essa toxina provoca a quebra dos glóbulos vermelhos, o que leva à anemia, e provoca também insuficiência renal. A doença é conhecida como síndrome hemolítico-urêmica (SHU).
EPEC ("Enteropathogenic E.coli" ; E.coli Enteropatogênica): causam diarreias não sanguinolentas epidêmicas em crianças, especialmente em países pobres. Têm um fator de adesão aos enterócitos e produzem enterotoxinas, resultando em destruição dos vilos do intestino delgado, com má absorção dos nutrientes e consequente diarréia osmótica. Há também febre, náuseas e vômitos.
A EPEC foi a primeira categoria de E. Coli causadora de doença diarréica, identificada. Os primeiros estudos epidemiológicos relacionando EPEC com diarreia humana foram publicados na Alemanha nas décadas de 1920 e 1930.
- ETEC ("Enterotoxic E.coli") - E.coli Enterotoxinogênica
- EIEC ("Enteroinvasive E.coli)" - E.coli Enteroinvasiva
- EHEC ("Enterohemorragic E.coli") - E.coli Entero-hemorrágica
- DAEC ("Diffusely adherent E.coli")
- EAEC ("Enteroaggregative E.coli") - E.coli Enteroagregativa
- UPEC ("Uropathogenic E.coli")
- SEPEC
Doenças
A E.coli está entre as principais causas de:
- Toxinfecção alimentar: é uma causa importante de Gastroenterites.
- Infecção do trato urinário (ITU): é a mais frequente (cerca de 80% dos casos) causa desta condição em mulheres jovens, podendo complicar em pielonefrite. Resultam da ascensão do organismo do intestino pelo ânus até ao orifício urinário e invasão da uretra, bexiga e ureteres. Frequentemente causadas pelo serovar UPEC. Também conhecida como cistite da lua de mel devido à propensão para aparecer em mulheres sexualmente ativas.
- Colecistite
- Apendicite
- Peritonite: se perfurarem a parede intestinal ou do tralto urinário. A mortalidade é alta.
- Meningite: a maioria dos casos de meningite em neonatos é causada pela E.coli.
- Infecções de feridas
- Septicémia:É uma complicação de estágios avançados não tratados de doença nas vias urinárias ou gastrointestinais. A mortalidade é relativamente alta.
Prevenção
No caso dos atuais surtos ocorridos na Europa, embora informando não haver riscos para o Brasil, a principal recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária é lavar bem as mãos depois de ir ao banheiro ou entrar em contato com animais e antes de tocar quaisquer alimentos. O procedimento não é específico para a bactéria, serve para evitar a contaminação por alimentos em geral.
Frutas e vegetais devem ser bem lavados, principalmente se forem consumidos crus. Para evitar a transmissão da Ehec, o único meio garantido é cozinhar os alimentos à temperatura de 70ºC.
Fonte: Wikipédia
Portal G1
Frutas e vegetais devem ser bem lavados, principalmente se forem consumidos crus. Para evitar a transmissão da Ehec, o único meio garantido é cozinhar os alimentos à temperatura de 70ºC.
Fonte: Wikipédia
Portal G1
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