sexta-feira, 25 de março de 2011

OMS e parceiros querem mais esforços contra tuberculose

24/3/2011 3:06, Por Rádio ONU

Agência estabelece meta para tratamento e diagnóstico de 1 milhão de pacientes que têm variante multiresistente da doença, entre 2011 e 2015.

Milhões de casos por ano
A Organização Mundial da Saúde, OMS, e os parceiros da agência pediram a líderes mundiais que aumentem seus compromissos na luta contra a tuberculose resistente a medicamentos.
Entre os colaboradores da agência estão o Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária e a Parceria pelo Fim da Tuberculose. A OMS quer mais financiamento para a meta de diagnosticar e tratar cerca de 1 milhão de pacientes com a tuberculose resistente entre 2011 e 2015.


Avanços
O alerta foi feito para o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, neste 24 de março. A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, afirmou que enquanto muitos países conseguiram avanços contra a doença, o mundo ainda precisa fazer mais pelas pessoas que necessitam de assistência.
O especialista em Doenças Infecciosas e professor da USP, Olavo Munhoz Leite, falou à Rádio ONU, de São Paulo, sobre a importância de se seguir o tratamento até o final.
“Em geral, quando as pessoas abandonam com um mês, um mês e meio, não é suficiente para você eliminar os bacilos que a pessoa tem no pulmão. Ela volta com o sintoma. Se ela não procurar tratamento, começa a contaminar outras pessoas. Mas esse abandono tem outro fator importantíssimo, que é a chance que os bacilos da tubercolose se tornem resistentes ao medicamento,”explicou.
Segundo a OMS, se nada for feito para tratar casos de tuberculose multiresistente, até 2015, o mundo terá mais de 2 milhões de novos casos.
Em 2009, a tuberculose matou 1,7 milhão de pessoas. Um ano antes, a forma resistente da doença fez 150 mil vítimas fatais.

Fonte: jornal on line CORREIO DO BRASIL

Lembrando:
O Brasil está entre os países com maior número de casos de tuberculose no mundo, ocupando a 19ª posição no ranking dos 22 países campeões em casos da doença. Mais de 70.000 casos foram notificados no país, em 2010.
O Rio de janeiro é o Estado brasileiro com maior número de casos.
Aqui no blog há uma página com posts sobre os sintomas, diagnóstico, prevenção e tratamento da doença.
 Estaremos voltando ao tema em postagens futuras.

Ontem, 24 de março, foi o DIA MUNDIAL DE COMBATE À TUBERCULOSE.

Bom dia

Estou abrindo um rápido parêntese nos posts sobre doenças renais, para reproduzir matéria do Correio do Brasil sobre tuberculose multirresistente.

Na guia à direita da sua tela, no gadguet Saúde é Notícia, você encontrará um link de acesso a esta e outras matérias relacionadas com o assunto.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Fisiologia do Sistema Urinário

Os rins desempenham funções primordiais na manutenção, concentração, volume e equilíbrio dos líquidos orgânicos.
  Os líquidos e alimentos ingeridos vão, no sistema gastrointestinal, sofrer uma série de transformações até serem absorvidos pelo sangue, que transporta estes elementos por todo o corpo até a célula.
Na célula o alimento é queimado para produzir energia; as substâncias que sobram da queima são os catabólitos, sendo portanto, substâncias nocivas à saúde e tóxicas ao corpo humano.
O sangue, passando pelos rins, é filtrado e tais substâncias eliminadas pelo sistema urinário, mantendo assim o equilíbrio e a limpeza dos líquidos orgânicos.

Principais catabólitos:

- Amônia: muito solúvel em água e muito tóxica, por isso deve ser diluída em alto volume de água.
- Uréia: menos tóxica que a amônia.
- Ácido úrico: o menos tóxico dos três, e também o menos solúvel em água. 

Bibliogafia: Manual do Técnico e Auxiliar de Enfermagem
AB Editora - Vários autores

Boa noite

Depois de um tempo ausente aqui no blog, volto pra postar mais alguns artigos sobre doenças renais antes de encerrar este tema.
Reinicio hoje falando um pouco sobre a fisiologia do sistema renal urinário.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Boa tarde, leitores do blog

Neste mês de março o Ministério da Saúde está dando uma ênfase especial às doenças renais, através de campanhas informativas e de orientação sobre tipos de patologias que acometem o órgão, sintomas, diagnóstico, prevenção e tratamento. Por este motivo,  estarei postando alguns artigos relacionados com o assunto, começando hoje com o artigo  sobre câncer renal, extraído do Portal Oncoguia. Leia abaixo.

Câncer de Rim (RRC)


Carcinoma de Células Renais (RCC, sigla em inglês para renal cell carcinoma)
O que acontece em um corpo saudável:
O corpo humano é formado por incontáveis células. Cada um dos nossos órgãos é composto por tipos específicos de células. Elas realizam funções especificas em cada órgão.
Normalmente, cada órgão permanece saudável desfazendo-se de células antigas. Essas células antigas não conseguem mais realizar o seu trabalho – e devem ser destruídas.
Novas células substituem essas células velhas. É um processo que ocorre no corpo o tempo todo.
As novas células crescem e se dividem somente até que tenham substituído as células velhas.


O que é Câncer?
Câncer é uma doença caracterizada pelo crescimento celular descontrolado. Ele ocorre quando uma alteração em uma célula a faz crescer e se dividir de maneira que não deveria. Esta, agora, é uma célula tumoral.


O que é um tumor?
Crescendo e se dividindo, a célula tumoral faz muitas cópias dela mesma. Logo, forma-se uma grande massa dessas células tumorais. Essa massa é chamada de tumor.


O que é RCC ?
(Renal Cell Carcinoma – carcinoma de células renais)
RCC é o tipo mais comum de câncer renal. Normalmente, os rins removem impurezas do sangue, formando a urina. Este processo básico é necessário para uma vida saudável. Um dano ou doença nos rins pode ser muito sério.
O RCC se inicia como uma única célula no rim. Esta célula cresce e se divide quando não deveria. Uma vez criadas as células cancerosas, um tumor irá se formar dentro do rim.
O RCC normalmente cresce com um único tumor em um dos rins. Algumas vezes é possível que mais de um tumor cresça em um rim, porém mais raramente pode acontecer de tumores crescerem em ambos os rins.
O RCC é menos comum que outros tipos de câncer, mais ainda afeta muitas pessoas.
Á medida que o tumor aumenta, algumas das células tumorais podem entrar no sangue.


Depois, elas podem se espalhar do rim para outras partes do corpo.
Então, novos tumores podem crescer em outros órgãos. Este processo é chamado de metástase.
Mais isso ainda é RCC. Mesmo que o câncer chegue aos pulmões ainda será chamado de RCC, e não de câncer de pulmão.

O Diagnóstico do Câncer de Rim (RCC)

O RCC (câncer de rim) ou carcinoma de células renais não costuma apresentar sintomas. Porém, se ele crescer demais, pode causar dor, inchaço ou sangue na urina. Se a doença já está espalhada, pode haver sintomas em outras partes do corpo.
Na maior parte dos casos o câncer de rins (RCC) é encontrado quando se faz uma tomografia de estômago. Por não ser muito comum, a maioria das pessoas não é examinada para câncer renal. Mas exames regulares para carcinoma de células renais podem ser indicados para algumas pessoas.


Entre elas, incluem-se pacientes:
- Em diálise renal
- Com esclerose tuberculosa
- Com histórico familiar de RCC
- Com uma doença genética chamada de doença de von Hippel-Lindau (VHL).

Se uma tomografia mostra um tumor ou tumores nos rins, o médico irá fazer mais testes, para avaliar se é ou não câncer. Os testes podem incluir mais tomografias ou biópsias. É possível que existam caroços nos rins que não sejam câncer. Neste caso, geralmente não há necessidade de tratamento. Pode ser também outro tipo de câncer, que pode exigir tratamento especial.

Tratamento do Câncer de Rim

Cirurgia
No caso de câncer de rim (RCC) não-metastático, o tratamento é feito com a remoção de parte ou do rim inteiro. As pessoas podem viver com um só rim e, mesmo que ambos sejam removidos, é possível viver com ajuda de diálise.
O médico irá examinar o rim removido para compreender melhor o câncer. Isso irá ajudar a determinar os próximos passos.
Se os testes não mostrarem que o RCC não se espalhou além do rim removido, nenhum tratamento adicional é necessário. Mais é importante realizar exames periódicos para checar se o câncer não se espalhou.
No caso de ter sido removido apenas um dos rins, o outro deve ser monitorado regularmente para se ter a certeza de que o RCC não está se desenvolvendo nele.

Tratamento do RCC metastático
Se o RCC se espalhou, então é mais difícil de ser tratado. O RCC pode se espalhar para quase todas as partes do corpo, mas os locais mais comuns são: pulmões, ossos, fígado e cérebro. Independentemente do local da metástase , ele será tratado como RCC.


- Citocinas
O RCC metastático normalmente não responde à quimioterapia e radioterapia convencionais. Os únicos tipos de drogas disponíveis atualmente para este caso são as chamadas citocinas. Estas drogas atuam estimulando o sistema imunológico, que pode atacar as células cancerosas da mesma maneira que ataca uma infecção. Como estas drogas são administradas via subcutânea (IM ou IV), isto deve ser feito em um hospital ou uma clínica.
Existem duas citocinas usadas em RCC:
- Interleucina-2 (IL-2)
- Interferon alpha (INFá)
Para alguns pacientes, as citocinas ajudarão a diminuir os tumores, e, para outros, irão ajudar a evitar o crescimento dos tumores por um período. Pessoas sob tratamento com citocinas apresentam efeitos colaterais parecidos com gripe.

Avanços no tratamento
Para alguns pacientes as citocinas podem não funcionar, porém existem muitos medicamentos promissores em estudo. Os mais efetivos são os chamados terapias-alvo. Eles ajudam a interromper os sinais que as células cancerosas usam para crescer. Alguns deles atuam somente em um tipo de sinal, enquanto outras interrompem mais de um sinal, sendo chamadas de terapia multi-alvo.
Várias terapias multi-alvo funcionam contra o RCC, interrompendo os sinais que são mais importantes para o seu crescimento. Com estas terapias inovadoras, o futuro é promissor.
Fale com o seu médico.


Fonte: Portal Oncoguia

quarta-feira, 2 de março de 2011

Dúvidas frequentes - HIV e AIDS


Atualmente, ainda há a distinção entre grupo de risco e grupo de não risco?


Essa distinção não existe mais. No começo da epidemia, pelo fato da aids atingir, principalmente, os homens homossexuais, os usuários de drogas injetáveis e os hemofílicos, eles eram, à época, considerados grupos de risco. Atualmente, fala-se em comportamento de risco e não mais em grupo de risco, pois o vírus passou a se espalhar de forma geral, não mais se concentrando apenas nesses grupos específicos. Por exemplo, o número de heterossexuais infectados por HIV tem aumentado proporcionalmente com a epidemia nos últimos anos, principalmente entre mulheres.


O que se considera um comportamento de risco, que possa vir a ocasionar uma infecção pelo vírus da aids (HIV)?


Relação sexual (homo ou heterossexual) com pessoa infectada sem o uso de preservativos; compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente, no uso de drogas injetáveis; reutilização de objetos perfurocortantes com presença de sangue ou fluidos contaminados pelo HIV.


Qual o tempo de sobrevida de um indivíduo portador do HIV?


Até o começo da década de 1990, a aids era considerada uma doença que levava à morte em um prazo relativamente curto. Porém, com o surgimento do coquetel (combinação de medicamentos responsáveis pelo atual tratamento de pacientes HIV positivo) as pessoas infectadas passaram a viver mais. Esse coquetel é capaz de manter a carga viral do sangue baixa, o que diminui os danos causados pelo HIV no organismo e aumenta o tempo de vida da pessoa infectada.


O tempo de sobrevida (ou seja, os anos de vida pós-infecção) é indefinido e varia de indivíduo para indivíduo. Por exemplo, algumas pessoas começaram a usar o coquetel em meados dos anos noventa e ainda hoje gozam de boa saúde. Outras apresentam complicações mais cedo e têm reações adversas aos medicamentos. Há, ainda, casos de pessoas que, mesmo com os remédios, têm infecções oportunistas (infecções que se instalam, aproveitando-se de um momento de fragilidade do sistema de defesa do corpo, o sistema imunológico).

Quanto tempo o HIV sobrevive em ambiente externo?


O vírus da aids é bastante sensível ao meio externo. Estima-se que ele possa viver em torno de uma hora fora do organismo humano. Graças a uma variedade de agentes físicos (calor, por exemplo) e químicos (água sanitária, glutaraldeído, álcool, água oxigenada) pode tornar-se inativo rapidamente.


Doenças sexualmente transmissíveis


- As chances de se contrair uma DST através do sexo oral são menores do que sexo com penetração?


O fato é que nenhuma das relações sexuais sem proteção é isenta de risco - algumas DST têm maior risco que outras. A transmissão da doença depende da integridade das mucosas das cavidades oral ou vaginal. Independente da forma praticada, o sexo deve ser feito sempre com camisinha.

- Toda ferida ou corrimento genital é uma DST?


Não necessariamente. Além das doenças sexualmente transmissíveis, existem outras causas para úlceras ou corrimentos genitais. Entretanto, a única forma de saber o diagnóstico correto é procurar um serviço de saúde.

- É possível estar com uma DST e não apresentar sintomas?


Sim. Muitas pessoas podem se infectar com alguma DST e não ter reações do organismo durante semanas, até anos. Dessa forma, a única maneira de se prevenir efetivamente é usar a camisinha em todas as relações sexuais e procurar regularmente o serviço de saúde para realizar os exames de rotina. Caso haja alguma exposição de risco (por exemplo, relação sem camisinha), é preciso procurar um profissional de saúde para receber o atendimento adequado.

- Onde se deve ir para fazer o tratamento de outras DST que não a aids?


Deve-se procurar qualquer serviço de saúde disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).


- Que período de tempo é necessário esperar para se fazer a identificação de um possível caso de sífilis?


Os primeiros sintomas da sífilis são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas, que surgem entre a 7 e 20 dias após o sexo desprotegido com pessoa infectada. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Mas, mesmo sem sintomas, a doença pode ser diagnosticada por meio de um exame de sangue.

- Sífilis tem cura?


Sim. A sífilis é uma doença de tratamento simples que deve ser indicado por um profissional de saúde.

- Quais as providências a serem tomadas em caso de suspeita de infecção por alguma Doença Sexualmente Transmissível?


Na presença de qualquer sinal ou sintoma de possível DST, é recomendado procurar um profissional de saúde, para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado.

- Quais os sintomas do condiloma acuminado (HPV)?


A doença se manifesta por verrugas nos órgãos genitais com aspecto de couve-flor e tamanhos variáveis. È importante procurar um profissional de saúde, pois só ele pode indicar o melhor tratamento para cada caso.


- Preciso de tratamento para HPV muito no início, porém, não tenho condições financeiras e tenho medo de que ele possa se tornar um verdadeiro e grande problema. Onde posso me tratar?


Diante da afirmativa do diagnóstico de HPV, o tratamento deverá ser instituído no momento da consulta, todo o serviço público de saúde (Unidade Básica de Saúde), poderá avaliar qual tratamento a depender da fase clínica do HPV.


Ligue para o Dique-Saúde 0800 61 1997 e informe-se sobre a localização da Unidade mais próxima da sua casa.

- A vacina contra o HPV está disponível no SUS?


Um comitê de Acompanhamento da Vacina, formado por representantes de diversas instituições ligadas à Saúde, avalia, periodicamente, se é oportuno recomendar a vacinação em larga escala no país. Até o momento, o comitê decidiu pela não incorporação da vacina contra o HPV no SUS.


Prevenção


Que cuidados devem ser tomados para garantir que a camisinha masculina seja usada corretamente?


Abrir a embalagem com cuidado - nunca com os dentes ou outros objetos que possam danificá-la. Colocar a camisinha somente quando o pênis estiver ereto. Apertar a ponta da camisinha para retirar todo o ar e depois desenrolar a camisinha até a base do pênis. Se for preciso usar lubrificantes, usar somente aqueles à base de água, evitando vaselina e outros lubrificantes à base de óleo que podem romper o látex. Após a ejaculação, retirar a camisinha com o pênis ainda ereto, fechando com a mão a abertura para evitar que o esperma vaze de dentro da camisinha. Dar um nó no meio da camisinha para depois jogá-la no lixo. Nunca usar a camisinha mais de uma vez. Utilizar somente um preservativo por vez, já que preservativos sobrepostos podem se romper com o atrito.


Além desses cuidados, também é preciso certificar-se de que o produto contenha a identificação completa do fabricante ou do importador. Observe as informações sobre o número do lote e a data de validade e verifique se a embalagem do preservativo traz o símbolo de certificação do INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia), que atesta a qualidade do produto. Não utilize preservativos que estão guardados há muito tempo em locais abafados, como bolsos de calça, carteiras ou porta-luvas de carro, pois ficam mais sujeitos ao rompimento.


Por que, em algumas situações, o preservativo estoura durante o ato sexual?


Quanto à possibilidade de o preservativo estourar durante o ato sexual, pesquisas sustentam que os rompimentos devem-se muito mais ao uso incorreto do preservativo que por falha estrutural do produto em si.


O que fazer quando a camisinha estoura?


Sabe-se que a transmissão sexual do HIV está relacionada ao contato da mucosa do pênis com as secreções sexuais e o risco de infecção varia de acordo com diversos fatores, incluindo o tempo de exposição, a quantidade de secreção, a carga viral do parceiro infectado, a presença de outra doença sexualmente transmissível, entre outras causas. Sabendo disso, se a camisinha se rompe durante o ato sexual e há alguma possibilidade de infecção, ainda que pequena (como, por exemplo, parceiro de sorologia desconhecida), deve-se fazer o teste após 90 dias (confirmar dado) para que a dúvida seja esclarecida.

A ruptura da camisinha implica risco real de infecção pelo HIV. Independentemente do sexo do parceiro, o certo é interromper a relação, realizar uma higienização e iniciar o ato sexual novamente com um novo preservativo. A higiene dos genitais deve ser feita da forma habitual (água e sabão), sendo desnecessário o uso de substâncias químicas, que podem inclusive ferir pele e mucosas, aumentando o risco de contágio pela quebra de barreiras naturais de proteção ao vírus. A presença de lesão nas mucosas genitais, caso signifique uma doença sexualmente transmissível, como a gonorreia, implica um risco adicional, pois a possibilidade de aquisição da aids aumenta. Na relação anal, mesmo quando heterossexual, o risco é maior, pois a mucosa anal é mais frágil que a vaginal.

A camisinha é mesmo impermeável ao vírus da aids?


A impermeabilidade dos preservativos é um dos fatores que mais preocupam as pessoas. Em um estudo realizado nos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, esticou-se o látex do preservativo, ampliando-o 2 mil vezes ao microscópio eletrônico, e não foi encontrado nenhum poro. Outro estudo examinou as 40 marcas de camisinha mais utilizadas em todo o mundo, ampliando-as 30 mil vezes (nível de ampliação que possibilita a visão do HIV) e nenhuma apresentou poros. Por causa disso, é possível afirmar que a camisinha é impermeável tanto ao vírus da aids quanto às doenças sexualmente transmissíveis.

Qual o procedimento adequado para uma gestante soropositiva?


Iniciar o pré-natal tão logo perceba que está grávida. Começar a terapia antirretroviral segundo as orientações do médico e do serviço de referência para pessoas que convivem com o HIV/aids. Fazer os exames para avaliação de sua imunidade (exame de CD4) e da quantidade de vírus (carga viral) em circulação em seu organismo. Submeter-se ao tipo de parto mais adequado segundo as recomendações do Ministério da Saúde. Receber o inibidor de lactação e a fórmula infantil para sua criança.

Fonte:Departamento de DST, AIDS e hepatites virais - MS

Carnaval 2011 - Campanha mobiliza mulheres jovens na prevenção da aids


A ideia é que elas incentivem o parceiro a usar a camisinha nas relações sexuais. Público foi escolhido porque a infecção entre elas tem aumentado nos últimos anos. A ação terá duas etapas. Antes das festas, vai promover o uso da camisinha; depois, a necessidade de se realizar o teste de HIV, sífilis e hepatites.
Conteúdo extra:


Ousadia para falar às jovens na faixa etária de 15 a 24 anos sobre prevenção às DST, aids e hepatites. Esse é o tom da campanha do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde para o carnaval de 2011. A ideia é que as mulheres possam incentivar o parceiro a usar a camisinha nas relações. A medida visa tê-las como aliadas da Saúde para sensibilizar a geração atual a se cuidar e fazer sexo protegido.


O recado foi dado pelo Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, nesta sexta-feira (25), na quadra da Escola de Samba do Salgueiro, no Rio, durante a apresentação da campanha. “A proposta é sugerir que o público feminino incorpore a camisinha como uma peça do cotidiano da mulher. Assim como os homens, elas também devem ter o preservativo consigo na hora da relação e negociar o seu uso”.


Alinhadas com o Dia Internacional da Mulher, as mensagens da campanha sugerem mudança de hábito na forma como a população geral lida com questões como confiança e entrega. Entre os fatores que fazem com que a mulher abandone o uso de preservativos estão mitos relacionados à falsa percepção de segurança nos parceiros: a necessidade de provar que ama o parceiro ou que confia nele, a idealização romântica, o julgamento pela aparência, a vontade de se entregar.


A campanha exaltará a participação das jovens na negociação do uso do preservativo, demonstrando que o insumo pode ser um aliado na relação. Veiculadas nos meios de comunicação durante a maior festa popular brasileira, as peças serão voltadas principalmente às mulheres de baixa renda. “A Saúde precisa transpor as desigualdades de gênero”, destaca Padilha.


“As atividades de prevenção ocorrem durante todo o ano, em um processo contínuo, e a campanha é um dos instrumentos que ajuda a chamar a atenção para a saúde em situações e momentos específicos”, ressalta o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Dirceu Greco.


Pela primeira vez, a campanha vai ser dividida em três filmes, a serem transmitidos pela TV e internet em momentos distintos. No primeiro, antes do carnaval (de 25 de fevereiro a 04 de março), um grupo de amigas lembra a importância de ter a camisinha. No segundo, durante a festa (de 5 a 8 março), elas reforçam o uso do preservativo na hora da relação. Na veiculação do terceiro filme (9 a 20 de março), o mesmo grupo de meninas se encontra depois da folia e orienta quem fez sexo desprotegido a realizar o teste de aids. O ritmo do cantor pernambucano Reginho, autor da música “Minha Mulher Não Deixa Não”, vai embalar os jingles da campanha do Ministério este ano. Veja aqui as peças da campanha. Assista aqui aos vídeos.


MAIS MENINAS COM AIDS – O alerta ao público jovem sobre vulnerabilidades ao HIV/aids ampara-se em dados epidemiológicos do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Vigilância em Saúde. De acordo com o Boletim Epidemiológico 2010, os casos de aids em homens e mulheres jovens, de 13 a 19 anos, de 1980 até junho de 2010, correspondem a um total de 12.693. Nessa faixa etária, o número de casos de aids é maior entre as mulheres: oito casos em meninos para cada dez em meninas, enquanto que nas demais faixas etárias o número de casos de aids é maior entre homens do que entre mulheres.


Em relação ao uso da camisinha, a Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira (PCAP - 2008) mostra que, entre jovens de 15 a 24 anos, as meninas estão mais vulneráveis ao HIV. Em todas as situações, os meninos usam mais preservativo do que elas. Na última relação sexual com parceiro casual, o percentual de uso da camisinha entre as meninas é consideravelmente mais baixo (49,7%) do que entre os meninos (76,8%). Quando o relacionamento se torna fixo, apenas 25,1% delas utilizam a camisinha com regularidade; entre eles, o percentual é de 36,4%.


FIQUE SABENDO – Durante o lançamento da campanha, o ministro da Saúde também fará o teste rápido de aids para divulgar as ações de testagem do Fique Sabendo. A intenção é mostrar à sociedade a importância de um simples furo no dedo para o diagnóstico precoce da doença. “O teste rápido de aids, produzido no Brasil, é uma conquista do nosso país. O resultado é rápido, seguro e sigiloso”, destaca Alexandre Padilha.


O exame de HIV pode ser feito nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). Antes e depois da testagem, a pessoa passa por aconselhamento e orientação, com o objetivo de facilitar a interpretação do resultado. O teste deve ser feito no mínimo 30 dias após a situação de risco. Se o resultado for positivo, a pessoa pode fazer acompanhamento nos serviços de saúde e começar o tratamento no momento mais adequado. Esse cuidado se reflete na qualidade de vida de quem vive com HIV/aids.


A recomendação vale para relação sexual desprotegida (inclusive sexo oral) e uso de seringas ou agulhas compartilhadas. As mulheres que desejam engravidar são aconselhadas a conhecer sua condição sorológica. A medida pode evitar a transmissão vertical do HIV (de mãe para filho). Mulheres com resultado positivo que iniciam o tratamento o quanto antes têm menos chances de passar as doenças para o bebê.


Estimativas do Ministério da Saúde indicam que existem hoje no Brasil cerca de 630 mil pessoas vivendo com o vírus da aids. Dessas, 255 mil nunca teriam feito o teste e por isso não conhecem sua sorologia.


Saiba onde você pode fazer o teste de HIV: (refine a busca por cidade e/ou estado)


http://www.aids.gov.br/pagina/servicos-de-saude


Visite também:


www.aids.gov.br/fiquesabendo


Atendimento ao cidadão


www.aids.gov.br


0800 61 1997

Mais informações


Atendimento à imprensa


Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais


Tel: (61) 3306 7051/ 7024/ 7010/ 7016


Cel: (61) 9221-2546


Site: www.aids.gov.br


E-mail: imprensa@aids.gov.br

CARNAVAL

Como acontece em todos os anos, neste período de carnaval, mais uma vez o Ministério da Saúde se coloca com ações de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis, através de campanhas voltadas específicamente para estes dias de festa popular em que aumenta a exposição das pessoas aos fatores de risco, motivo pelo qual, nesta semana vcs terão posts voltados para o assunto. Conteúdo extraído do portaldasaude.gov.br
Então, bom restante de semana a todos. Aos que vão participar dos festejos de momo, muito juizo; aos que pretendem aproveitar o feriadão de outras maneiras, bom feriado! 

terça-feira, 1 de março de 2011

Saúde Pública no Brasil

A saúde pública centra sua ação a partir da ótica do Estado com os interesses que ele representa nas distintas formas de organização social e política das populações. Na concepção mais tradicional, é a aplicação de conhecimentos (médicos ou não), com o objectivo de organizar sistemas e serviços de saúde, actuar em factores condicionantes e determinantes do processo saúde-doença controlando a incidência de doenças nas populações através de ações de vigilância e intervenções governamentais. Não deve ser confundida com o conceito mais amplo de saúde coletiva.

Saúde Pública
Uma das mais citadas definições de Saúde Pública foi apresentada por Winslow, Charles-Edward Amory (1877–1957), nos EUA, 1920 . Assim, foi definida:
"A arte e a ciência de prevenir a doença, prolongar a vida, promover a saúde e a eficiência física e mental mediante o esforço organizado da comunidade. Abrangendo o saneamento do meio, o controle das infecções, a educação dos indivíduos nos princípios de higiene pessoal, a organização de serviços médicos e de enfermagem para o diagnóstico precoce e pronto tratamento das doenças e o desenvolvimento de uma estrutura social que assegure a cada indivíduo na sociedade um padrão de vida adequado à manutenção da saúde".
A persistência do uso dessa definição é reforçada pela ampla difusão da definição de saúde da Organização Mundial de Saúde - organização internacional que propôs a realização das Conferências Mundiais de Saúde com integração de todos os países na persistente busca do completo bem-estar físico, psíquico e social.


O estudo da Saúde Pública no Brasil necessariamente passa por uma série de nomes e instituições como Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, o Instituto Manguinhos ou Vital Brazil, o Instituto Butantã, Adolfo Lutz e o instituto que leva o seu nome. Instituições que se mantêm até hoje como ilhas de competência do poder público na construção de um sistema de saúde de natureza pública e equitativo, no Brasil, o SUS - Sistema Único de Saúde, capaz de dar conta das ações de saúde tanto no âmbito da atenção primária e da promoção da saúde como nas ações curativas e necessárias à reabilitação (níveis secundário e terciário da atenção em saúde).


Saúde Coletiva
O objeto de investigação e práticas da Saúde Coletiva compreende as seguintes dimensões:


1.o estado de saúde da população ou condições de saúde de grupos populacionais específicos e tendências gerais do ponto de vista epidemiológico, demográfico, sócio-econômico e cultural;


2.os serviços de saúde, enquanto instituições de diferentes níveis de complexidade (do posto de saúde ao hospital especializado), abrangendo o estudo do processo de trabalho em saúde, a formulação e implementação de políticas de saúde, bem como a avaliação de planos, programas e tecnologias utilizada na atenção à saúde;


3.o saber sobre a saúde, incluindo investigações históricas, sociológicas, antropológicas e epistemológicas sobre a produção de conhecimentos nesse campo e sobre as relações entre o saber "científico" e as concepções e práticas populares de saúde, influenciadas pelas tradições, crenças e cultura de modo geral.


Uma sucessão de conceitos & práticas
Segundo Paim, 2005, "A Saúde Coletiva, latino-americana foi composta a partir da crítica à Medicina Preventiva, à Medicina Comunitária, à Medicina da Família, desenvolveu-se a partir da Medicina Social do Século XIX e pela saúde pública institucionalizada nos serviços de saúde e academia. Envolve um conjunto de práticas técnicas, ideológicas, políticas e econômicas desenvolvidas no âmbito acadêmico, nas organizações de saúde e em instituições de pesquisa vinculadas a diferentes correntes de pensamento resultantes de projetos de reforma em saúde."


Ainda de acordo com esse Professor do Instituto de Saúde Coletiva da UFBa - Universidade Federal da Bahia, ao longo da história da medicina cosmopolita, o campo social da saúde tem sido atravessado por um conjunto de movimentos ideológicos tais como: Polícia Médica; Higiene; Saúde Pública; Medicina Social; Medicina Preventiva; Saúde Comunitária; Saúde Coletiva; Medicina Familiar entre outros. Tais movimentos constituem-se como lutas teórico-paradigmáticas, políticas e ideológicas com repercussões enquanto campo do saber e de práticas.


Medicina Social
"Identificam-se três etapas para consolidação da medicina social, inclusive como disciplina do curso de formação médica: a Polícia Médica, especialmente desenvolvida na Alemanha no início do século XVIII a fim de prover o Estado sobre os índices de saúde da população alemã, a Medicina das Cidades ou Medicina Urbana, que tem como objetivo controlar os fatores nocivos à saúde da população urbana que estavam associados às grandes epidemias, evidenciada na França, e, por fim, a Medicina da Força de Trabalho, consolidada no sanitarismo inglês, que objetiva manter a sua força trabalhadora plenamente apta." (Foucault, Microfísica do Poder)


Observe-se porém que as preocupações com o isolamento de doentes e assistência aos pobres confunde-se com os princípios da caridade e assistencialismo pregado pelos cristãos e muçulmanos, a exemplo das discussões sobre a remuneração dos serviços médicos associada à prática de Cosme e Damião (na Síria de hoje, por volta do ano 300), a assistência médica prestada aos escravos e soldados romanos ou ao nascimento das Santas Casas de Misericórdia em Portugal (1000) e hospitais religiosos.


História da saúde pública no Brasil
No início, não havia nada. A saúde no Brasil praticamente inexistiu nos tempos de colônia. O pajé, com suas ervas e cantos, e os boticários, que viajavam pelo Brasil Colônia, eram as únicas formas de assistência à saúde. Para se ter uma idéia, em 1789, havia no Rio de Janeiro apenas quatro médicos.
Com a chegada da família real portuguesa, em 1808, as necessidades da corte forçaram a criação das duas primeiras escolas de medicina do país: o Colégio Médico-Cirúrgico no Real Hospital Militar da Cidade de Salvador e a Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro. E foram essas as únicas medidas governamentais até a República.
Foi no primeiro governo de Rodrigues Alves (1902-1906) que houve a primeira medida sanitarista no país. O Rio de Janeiro não tinha nenhum saneamento básico e, assim, várias doenças graves como varíola, malária, febre amarela e até a peste bubônica espalhavam-se facilmente. O presidente então nomeou o médico Oswaldo Cruz para dar um jeito no problema. Numa ação policialesca, o sanitarista convocou 1.500 pessoas para ações que invadiam as casas, queimavam roupas e colchões. Sem nenhum tipo de ação educativa, a população foi ficando cada vez mais indignada. E o auge do conflito foi a instituição de uma vacinação antivaríola. A população saiu às ruas e iniciou a Revolta da Vacina. Oswaldo Cruz acabou afastado.


Ninguém aceitou a imposição
A forma como foi feita a campanha da vacina revoltou do mais simples ao mais intelectualizado. Veja-se o que Rui Barbosa disse sobre a imposição à vacina: "Não tem nome, na categoria dos crimes do poder, a temeridade, a violência, a tirania a que ele se aventura, expondo-se, voluntariamente, obstinadamente, a me envenenar, com a introdução no meu sangue de um vírus sobre cuja influência existem os mais bem fundados receios de que seja condutor da moléstia ou da morte."
Apesar do fim conflituoso, o sanitarista conseguiu resolver parte dos problemas e colher muitas informações que ajudaram seu sucessor, Carlos Chagas, a estruturar uma campanha rotineira de ação e educação sanitária.

Pouco foi feito em relação à saúde depois desse período, apenas com a chegada dos imigrantes europeus, que formaram a primeira massa de operários do Brasil, começou-se a discutir, obviamente com fortes formas de pressão como greves e manifestações, um modelo de assistência médica para a população pobre. Assim, em 1923, surge a lei Elói Chaves, criando as Caixas de Aposentadoria e Pensão. Essas instituições eram mantidas pelas empresas que passaram a oferecer esses serviços aos seus funcionários. A União não participava das caixas. A primeira delas foi a dos ferroviários. Elas tinham entre suas atribuições, além da assistência médica ao funcionário e a família, concessão de preços especiais para os medicamentos, aposentadorias e pensões para os herdeiros. Detalhe: essas caixas só valiam para os funcionários urbanos.


Esse modelo começa a mudar a partir da Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas tomou o poder. É criado o Ministério da Educação e Saúde e as caixas são substituídas pelos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), que, por causa do modelo sindicalista de Vargas, passam a ser dirigidos por entidades sindicais e não mais por empresas como as antigas caixas. Suas atribuições são muito semelhantes às das caixas, prevendo assistência médica. O primeiro IAP foi o dos marítmos. A União continuou se eximindo do financiamento do modelo, que era gerido pela contribuição sindical, instituída no período getulista.
Quanto ao ministério, ele tomou medidas sanitaristas como a criação de órgãos de combate a endemias e normativos para ações sanitaristas. Vinculando saúde e educação, o ministério acabou priorizando o último item e a saúde continuou com investimentos irrisórios.
Dos anos 40 a 1964, início da ditadura militar no Brasil, uma das discussões sobre saúde pública brasileira se baseou na unificação dos IAPs como forma de tornar o sistema mais abrangente. É de 1960 a Lei Orgânica da Previdência Social, que unificava os IAPs em um regime único para todos os trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), o que excluía trabalhadores rurais, empregados domésticos e funcionários públicos. É a primeira vez que, além da contribuição dos trabalhadores e das empresas, definia-se efetivamente uma contribuição do Erário Público. Mas tais medidas foram ficando no papel.


A efetivação dessas propostas só aconteceu em 1967, pelas mãos dos militares, com a unificação de IAPs e a consequente criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Surgiu então uma demanda muito maior que a oferta. A solução encontrada pelo governo foi pagar a rede privada pelos serviços prestados à população. Mais complexa, a estrutura foi se modificando e acabou por criar o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps) em 1978, que ajudou nesse trabalho de intermediação dos repasses para iniciativa privada.
Um poucos antes, em 1974, os militares já haviam criado o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (FAS), que ajudou a remodelar e ampliar a rede privada de hospitais, por meio de empréstimos com juros subsidiados. Toda essa política acabou proporcionando um verdadeiro boom na rede privada. De 1969 a 1984, o número de leitos privados cresceu cerca de 500%. De 74.543 em 1969 para 348.255 em 1984. Como pode-se ver, o modelo criado pelo regime militar era pautado pelo pensamento da medicina curativa. Poucas medidas de prevenção e sanitaristas foram tomadas. A mais importante foi a criação da Superintendência de Campanhas da Saúde Pública (Sucam).


Durante a transição democrática, finalmente a saúde pública passa a ter um fiscalização da sociedade. Em 1981, ainda sob a égide dos militares, é criado o Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária (Conasp). Com o fim do regime militar, surgem outros órgãos que incluem a participação da sociedade civil como o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (Conasems).
Se, de um lado, a sociedade civil começou a ser mais ouvida, do outro, o sistema privado de saúde, que havia se beneficiado da política anterior, teve que arranjar outras alternativas. É nesse período que se cria e se fortalece o subsistema de atenção médico-suplementar. Em outras palavras, começa a era dos convênios médicos. Surgem cinco modalidades diferentes de assistência médica suplementar: medicina de grupo, cooperativas médicas, auto-gestão, seguro-saúde e plano de administração.


A classe média, principal alvo desses grupos, adere rapidamente, respondendo contra as falhas da saúde pública. O crescimento dos planos é vertiginoso. Em 1989, já contabilizam mais de 31 mil brasileiros, ou 22% da população, faturando US$ 2,4 bilhões.
Ao lado dessas mudanças, os constituintes da transição democrática começaram a criar um novo sistema de saúde, que mudou os parâmetros da saúde pública no Brasil, o SUS.


­No campo, fora dos hospitais
O trabalhador rural ficou por séculos excluído de qualquer auxílio sistemático à saúde. Somente em 1963 foi criado o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural), que começa a prever aposentadoria e assistência médica. Tal negligência é historicamente explicada. Na criação das caixas de assistência, a elite cafeicultora e canavieira pressionou para que a novidade fosse limitada aos centros urbanos. Além disso, a mobilização social no interior sempre sofreu revezes com a falta de articulação. Com a criação do SUS, eles foram finalmente incluídos como cidadãos no sistema de saúde. Mas, como você poderá ver na página sobre os problemas regionais do sistema, os trabalhadores rurais ainda recebem tratamento à margem dos centros urbanos pois um dos grandes desafios do atual sistema (SUS) é a extensão territorial do país que resulta em áreas dessasistidas (baixa cobertura) apesar dos esforços para regionalização e atendimento à populações com características específicas (quilombolas e indígenas). O modelo de atenção dos médicos de pés descalços desenvolvido na populosa China continental é uma importante referência.

Extraído
Fonte: Wikipédia