quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

COMO ACOMPANHAR O TRATAMENTO DA HANSENÍASE

O tratamento medicamentoso é uma condição essencial para que se consiga promover a cura.
Por essa razão, a equipe de saúde está sempre diante do desafio de fazer com que seus pacientes não abandonem o tratamento, em face das inúmeras dificuldades que podem surgir, como por exemplo:
  • Reações que dão a impressão de que a doença está piorando.
  • Dificuldade de acesso ao serviço de saúde por barreiras geográficas, culturais, sociais, físicas e financeiras que dificultam o seu deslocamento.
  • Falta de compromisso e de disciplina do próprio paciente não comparecendo às consultas, recusando-se a tomar o medicamento diariamente e a frequentar o serviço de saúde para tomada da dose mensal. A negação e rejeição da doença e falta de crença na cura também contribuem para o abandono.
Caso essas dificuldades aconteçam, a equipe de saúde precisa assumi-las juntamente com os pacientes e construir com eles, diálogos que permitam encontrar soluções, assegurando que eles se comprometam com o tratamento, a fim de viabilizar sua cura. Nesse momento, é mais que nunca necessário escutar o paciente e procurar fazer com que ele entenda que a sua cura também é uma responsabilidade dele, e convidá-lo a entender que a ele cabem as tarefas mais importantes para ficar curado.

COMO VOCÊ, ACS, PODE AJUDAR:
  • Procurando estimular grupos de apoio que ajudem os pacientes a enfrentar dificuldades durante o tratamento, inclusive lutando pelos seus direitos, como acesso a transporte, a órteses e próteses, quando necessárias, com base na cartiha HANSENÍASE E DIREITOS HUMANOS, DIREITOS E DEVERES DO USUÁRIO DO SUS.
  • Orientando o usuário sobre a adesão ao tratamento e uso correto do medicamento.
  • Orientando o paciente para a presença de uma pessoa da família ou da comunidade, ou um profissional de saúde, que pode ser o próprio ACS, no momento de tomar o medicamento, tanto a dose supervisionada mensal, na unidade de saúde, como as doses subsequentes, em casa. Isto em situações onde o paciente tem dificuldade de adesão ao tratamento, como dependentes químicos, andarilhos, entre outros.
  • Acompanhando o tratamento das pessoas da sua comunidade, estimulando-as sempre e encaminhando-as à unidade de saúde, quando necessário.
  • Identificando cuidadores na comunidade para os casos especiais, como uma pessoa idosa, ou pessoa com sofrimento mental que não tem ninguém para ajudar.

"...acho que o paciente tem que participar de forma ativa de seu tratamento. Deve fazer parte da equipe que o trata."
"...se ele não tomar o remédio, não importa se o medicamento e o resto da equipe forem os melhores do mundo, ele não vai ficar curado..."
"...observar e cuidar do próprio corpo..."
"...lutar para não perder ou reaver seu espaço na sociedade; acreditar, pois sem acreditar não conseguimos nada."

Trechos da fala de Bacurau, um ex paciente e fundador do MOHAN.

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