quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

NÚMEROS DA HANSENÍASE

ANO - 2009

No mundo:
16 países concentraram um toal de 244.796 casos novos de hanseníase. São eles:
Angola, Banglaesh, Brasil, China, Congo, India, Etiópia, Filipinas, Indonésia, Madagascar, Moçambique, Mianmar, Nepal, Nigéria, Sri lanka, Sudão e Tanzania.

No Brasil:
Total de Casos Novos - 37.610 - 19,64/100.000 habitantes
56,9%  Multibacilar
55,2% sexo masculino
7,2% com grau 2 de incapacidade
7,1% menores de 15 anos - 2669 casos - 5,43/100.000 habitantes

No Espírito Santo: 
Coeficiente de detecção: 29,94% em 2009
984 casos novos em 2010 (números preliminares)


No município de Aracruz (2009):
Total de casos novos - 24
Multibacilares - 06
Sexo masculino - 14
Menores de 15 anos - 02

CONCLUINDO...


Como já foi dito anteriormente, estas postagens, são parte do conteúdo do manual "COMO AJUDAR NO CONTROLE DA HANSENÍASE?", do Ministério da Saúde, que  no caso específico de Aracruz, encontra-se disponível no Programa Municipal de Controle da Hanseníase, para repasse às equipes da Estratégia de Saúde da Família.
As postagens não reproduzem o manual na íntegra, mas, tendo acesso ao manual, ao  estudar e adquirir completo domínio de seu conteúdo, você Agente Comunitário de Saúde, será capaz de:
  • Identificar os possíveis casos de hanseníase.
  • Encaminhar as pessoas com suspeita de hanseníase e seus contatos.
  • Orientar a família e a comunidade, nas visitas domiciliares e reuniões da comunidade.
  • Orientar e acompanhar o paciente no uso dos medicamentos e ealização de autocuidados. 
  • Identificar parceiros na comunidade, além dos já existentes, como associações de moradores, grupos religiosos e movimentos sociais,
  • Para conhecer suas atividades e agenda de trabalho, procurando reforçar as ações de controle da hanseníase, de prevenção de incapacidades e os direitos dos usuários, nos diferentes campos sociais.
  •  organizar reuniões com membros da comunidade e lideranças, para discutir questões de saúde, direitos e deveres das pessoas com hanseníase, tendo como base o manual para ACS e a cartilha "Hanseníase e Direitos Humanos: direitos e deveres dos usuários do SUS".
LEMBRE-SE:
Todos nós, profissionais de saúde, temos o nosso papel na luta contra a hanseníase, mas você, que está diariamente visitando, conversando e cuidando das pessoas de sua comunidade, tem um papel de destaque para ajudar a descobrir precocemente a doença e evitar que as pessoas com hanseníase sofram as graves sequelas provocadas pelo diagnóstico tardio da doença.

SÉRIE HANSENÍASE

Com as postagens de hoje, esta série sobre hanseníase estará sendo concluida. Não sei se consegui chegar próximo do objetivo de mostrar o quanto é  importante a atuação das equipes de Atenção Primária e em especial, dos ACS, no diagnóstico precoce e controle do tratamento da hanseníase. Mas penso que se apenas um profissional tiver visto os posts com algum interesse e atenção, uma semente terá sido plantada. Hoje, além da conclusão das orientações para ACS, você terá também uma visão geral dos números da hanseníase no município, no estado, no país e no mundo. 
A série está terminando, mas o tema não se esgotou. Futuramente voltaremos a ele. 

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

HANSENÍASE - COMO PREVENIR E TRATAR INCAPACIDADES E DEFORMIDADES FÍSICAS

A melhor prevenção é o diagnóstico no início dos sinais e sintomas, antes que as incapacidades ocorram. A hanseníase pode causar inflamação e engrossamento dos nervos (neurites) que, se não diagnosticadas e tratadas de imediato, levam a deformidades, principalmente na face, mãos e pés.

Como a hanseníase afeta os nervos

Os nervos podem ser afetados pela penetração e inflamação, pela reação do organismo ao bacilo ou pelas duas ao mesmo tempo.
Os nervos são como fios elétricos. Assim como os fios elétricos passam por dentro das casas, os nervos são como fios que passam dentro de todo o nosso corpo e nos permitem sentir o frio e o calor, a dor e o tato. Se o fio elétrico estiver ruim, os aparelhos não funcionam, a luz não funciona. Se nossos nervos não estiverem bons, nós não sentiremos as coisas que tocam a gente.
Mas os nervos não servem só para a gente sentir. Eles servem também para movimentar nosso corpo. Quando queremos fechar a mão ou andar, os nossos nervos é que vão fazer nossos dedos ou nossas pernas se mexerem.
O Bacilo de Hansen pode atingir vários nervos que passam pela face, braços e pernas.
Por isso, as pessoas que têm hanseníase se queixam de manchas na pele, dormência nos braços, mãos e pés.
 As consultas mensais à pessoa com hanseníase, constituem-se num momento importante para o exame de toda a pele, dos nervos periféricos, das mãos e pés, do rosto, do nariz, das orelhas e dos olhos. É também o momento de avaliar a presença de sinais de neurite ou estado reacional e orientar as pessoas com hanseníase para o autocuidado, de acordo com a necessidade de cada uma.
O autocuidado é o cuidado que a pessoa realiza com ela mesma. É um dever da pessoa com a sua própria saúde. São procedimentos, técnicas e exercícios para prevenir incapacidades ou impedir que elas piorem.
No caso de pacientes já com incapacidades físicas, a disciplina, a assiduidade e a pontualidade são requisitos para o êxito de sua reabilitação.

Como você, ACS, pode ajudar:
  • Observando, durante as visitas domiciliares, os olhos, as mãos e os pés da pessoa doente.
  • Conversando com ela sobre as dificuldades que pode estar enfrentando durante ou após o tratamento.
  • Orientando a pessoa a ficar alerta e observar o seu próprio corpo, para ver se há alguma alteração.
  • Conversando com sua equipe de saúde, para que você possa aprender e ensinar as pessoas da sua comunidade a realizarem os cuidados necessários para prevenir complicações neurológicas e incapacidades físicas decorrentes da hanseníase - o autocuidado.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

HANSENÍASE - COMPLICAÇÕES COM O USO DOS MEDICAMENTOS


Às vezes, os medicamentos podem trazer complicações e isso costuma acontecer no início do tratamento. A Clofazimina escurece ou dá à pele um tom avermelhado, além de deixá-la muito ressecada, principalmente nos locais onde estão as manchas da hanseníase. A pessoa deve procurar se proteger do sol e usar cremes que hidratem e lubrifiquem a pele, durante todo o tratamento.
Após o término do tratamento, a pele, aos poucos, vai voltando ao normal.

Em algumas pessoas, a Dapsona pode causar fraqueza ou deixar os lábios e unhas arroxeados. Se isso acontecer a pessoa deve parar de tomar o remédio procurar imediatamente a equipe de saúde para informar o que está acontecendo.

O paciente que apresenta reações faz uso de outros medicamentos que necessitam de cuidados especiais. Alguns utilizam medicamentos chamados corticoesteróides que são contraindicados em muitas outras doenças.
Outros podem fazer uso de Talidomida, que tem contraindicação séria para mulheres em idade fértil, porque pode gerar má formação congênita nas crianças (Síndrome da Talidomida).
Esses medicamentos só podem ser usados com acompanhamento médico.

COMO O ACS PODE AJUDAR:

Informando as pessoas que estão em tratamento sobre as complicaçõs que os medicamentos podem trazer, especialmente nos primeiros meses de tratamento e orientando que se isso acontecer, a pessoa precisa procurar imediatamente a equipe de saúde.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

COMO ORIENTAR NAS COMPLICAÇÕES DA HANSENÍASE

Alguns casos de hanseníase, principalmente aqueles que tiveram diagnóstico tardio e demora para iniciar o tratamento, podem apresentar complicações durante e até depois do tratamento com a PQT.
As mais frequentes são as reações, que são uma resposta do sistema de defesa do organismo para matar os bacilos vivos e eliminar os mortos.
Em alguns casos essa defesa é exagerada. os casos mais avançados já podem se apresentar com reações, mas elas costumam ocorrer no início do tratamento. Também podem ser desencadeadas por outras infecções que a pessoa apresenta (no sistema urinário, nos dentes ou ginecológicas, por exemplo) e até problemas emocionais ou psicológicos.
as reações precisam ser reconhecidas e tratadas com URGÊNCIA, para prevenir as incapacidades físicas.

COMO SUSPEITAR QUE A PESSOA TEM REAÇÃO HANSÊNICA:

Quando ocorrem
  • piora das lesões já existentes.
  • aparecimento súbito de caroços e inchaços no corpo.
  • Irritação, ardência e lacrimejamento nos olhos.
  • Febre e dor nas juntas.
  • Fisgadas e dor nos nervos dos braços e das pernas.
A manifestação mais temida das reações é a neurite. A hanseniase pode causar inflamação e engrossamento nos nervos (neurites), como resultado da ação direta do Bacilo de Hansen ou pela reação do organismo a esse bacilo. As reações podem desencadear ou agravar as neurites e assim provocar incapacidades e deformidades físicas, antes, durante ou após o tratamento da hanseníase.

COMO VOCÊ, ACS, PODE AJUDAR

Informando as pessoas que fazem tratamento para hanseníase, principalmente os casos da forma MB, a possibilidade de apresentarem reação e que, quando isso ocorrer, elas devem procurar imediatamente a unidade de saúde.

ALCOOLISMO E TRATAMENTO DE HANSENÍASE


Na sua área de atuação, você pode enfrentar dificuldades com as pessoas que estão em tratamento, mas fazem uso de bebida alcoólica. Neste caso, você precisa saber se essas pessoas bebem apenas em finais de semana e comemorações ou se são completamente dependentes do álcool. o uso do álcool diminui o efeito do tratamento e com isso fica mais difícil chegar até a cura.
Como enfrentar essa realidade e planejar ações que ajudem esses pacientes a tomarem os medicamentos, apesar das dificuldades?
  • Unindo esforços, fazendo parcerias e contando com medidas seguras e positivas da sua equipe de saúde.
  • Encorajando os pacientes a sempre tomarem a medicação. No caso dos bebedores de fins de semana e comemorações, ajudá-los a entender que, mesmo bebendo um pouco, não devem deixar de tomar os medicamentos.
  • realizando visitas domiciliares diárias às pessoas que estiverem em tratamento e são dependentes de álcool, não só para ajudá-las a tomar os medicamentos, mas por serem pessoas que precisam de atenção especializada e acolhimento.
Por meio de todas essas ações, você ACS, estará contribuindo para reduzir o abandono e, consequentemente, aumentar o número de pacientes curados.                   

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

COMO ACOMPANHAR O TRATAMENTO DA HANSENÍASE

O tratamento medicamentoso é uma condição essencial para que se consiga promover a cura.
Por essa razão, a equipe de saúde está sempre diante do desafio de fazer com que seus pacientes não abandonem o tratamento, em face das inúmeras dificuldades que podem surgir, como por exemplo:
  • Reações que dão a impressão de que a doença está piorando.
  • Dificuldade de acesso ao serviço de saúde por barreiras geográficas, culturais, sociais, físicas e financeiras que dificultam o seu deslocamento.
  • Falta de compromisso e de disciplina do próprio paciente não comparecendo às consultas, recusando-se a tomar o medicamento diariamente e a frequentar o serviço de saúde para tomada da dose mensal. A negação e rejeição da doença e falta de crença na cura também contribuem para o abandono.
Caso essas dificuldades aconteçam, a equipe de saúde precisa assumi-las juntamente com os pacientes e construir com eles, diálogos que permitam encontrar soluções, assegurando que eles se comprometam com o tratamento, a fim de viabilizar sua cura. Nesse momento, é mais que nunca necessário escutar o paciente e procurar fazer com que ele entenda que a sua cura também é uma responsabilidade dele, e convidá-lo a entender que a ele cabem as tarefas mais importantes para ficar curado.

COMO VOCÊ, ACS, PODE AJUDAR:
  • Procurando estimular grupos de apoio que ajudem os pacientes a enfrentar dificuldades durante o tratamento, inclusive lutando pelos seus direitos, como acesso a transporte, a órteses e próteses, quando necessárias, com base na cartiha HANSENÍASE E DIREITOS HUMANOS, DIREITOS E DEVERES DO USUÁRIO DO SUS.
  • Orientando o usuário sobre a adesão ao tratamento e uso correto do medicamento.
  • Orientando o paciente para a presença de uma pessoa da família ou da comunidade, ou um profissional de saúde, que pode ser o próprio ACS, no momento de tomar o medicamento, tanto a dose supervisionada mensal, na unidade de saúde, como as doses subsequentes, em casa. Isto em situações onde o paciente tem dificuldade de adesão ao tratamento, como dependentes químicos, andarilhos, entre outros.
  • Acompanhando o tratamento das pessoas da sua comunidade, estimulando-as sempre e encaminhando-as à unidade de saúde, quando necessário.
  • Identificando cuidadores na comunidade para os casos especiais, como uma pessoa idosa, ou pessoa com sofrimento mental que não tem ninguém para ajudar.

"...acho que o paciente tem que participar de forma ativa de seu tratamento. Deve fazer parte da equipe que o trata."
"...se ele não tomar o remédio, não importa se o medicamento e o resto da equipe forem os melhores do mundo, ele não vai ficar curado..."
"...observar e cuidar do próprio corpo..."
"...lutar para não perder ou reaver seu espaço na sociedade; acreditar, pois sem acreditar não conseguimos nada."

Trechos da fala de Bacurau, um ex paciente e fundador do MOHAN.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

AMIGO VISITANTE, FIQUE LIGADO NA FORMATAÇÃO DO BLOG...


SE OBSERVAR A GUIA À DIREITA DAS POSTAGENS, VAI PERCEBER QUE HÁ VÁRIOS GADGETS COM CONTEÚDO
QUE PODEINTERESSAR A VOCÊ. COMEÇANDO PELO BOTÃO QUE TE FAZ UM SEGUIDOR DO BLOG, VAI ENCONTRAR TAMBÉM UM LINK COM AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS SOBRE SAÚDE DIVULGADAS PELO FUNDO GLOBAL E PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE.SEGUEM VÍDEOS DO YOUTUBE SOBRE OS PROGRAMAS DE SAÚDE DESENVOLVIDOS PELO MS E UMA LISTA DE LINKS QUE VOCÊ PODERÁ ACESSAR DIRETAMENTE DO BLOG. E PARA QUEM MORA EM ARACRUZ, UMA LISTA COM ALGUMS NÚMEROS DE TELEFONES ÚTEIS.
NOS PRÓXIMOS POSTS, CONTINUA A SÉRIE SOBRE "HANSENÍASE".

COMO É FEITO O TRATAMENTO DA HANSENÍASE

O tratamento da hanseníase é feito com medicamento oral, a PQT (poliquimioterapia) com dose mensal na unidade de saúde (dose supervisionada) e as demais doses auto-administradas (pelo paciente em sua moradia) e, ao mesmo tempo, cuidados com os olhos, mãos e pés, para prevenção de incapacidades.
A poliquimioteraoia - PQT é o tratamento medicamentoso oficial da hanseníase, adotado pelo Ministério da Saúde, consistindo na combinação de medicamentos seguros e eficazes. O esquema de tratamento depende da forma clínica da doença (PB ou MB), da idade da pessoa e da sua tolerância ao medicamento. No tratamento em crianças a dosagem do medicamento será determinada segundo sua idade e peso.
A PQT tem apresentação em cartelas, com cápsulas para uso oral e o medicamento é fornecido pela unidade de saúde.

COMO VOCÊ, ACS, PODE AJUDAR:
  • verificando se a pessoa com suspeita de hanseníase, que você
     encaminhou para a US compareceu e foi atendida.
  • Verificando se ela entendeu o diagnóstico, o tratamento e os cuidados com ela e sua família.
  • Acompanhando a pessoa durante o tratamento. Lembre-se que para isto você deverá registrar o acompanhamento na ficha B-HAN do SIAB e, depois da cura, para identificar reações hansênicas.

 TRATAMENTO DOS CASOS PAUCIBACILARES - PB (ADULTOS)



Medicação:
  • Rifampicina e Dapsona
  • Duração do tratamento: 6 doses em até 9 meses 
Dosagem:
  • No Serviço de saúde, uma vez por mês, dose supervisionada:
      - 2 cápsulas de Rifampicina (300 mg em cada uma);
      - 1 comprimido de Dapsona (100 mg).
  • Em casa, diariamente:
    - 1 comprimido de Dapsona (100 mg).

TRATAMENTO DOS CASOS MULTIBACILARES - MB (ADULTOS)

Medicação:
  • Rifampicina, Dapsona e Clofazimina
  • Duração do tratamento: 12 doses em até 18 meses 
Dosagem:
  • No Serviço de saúde, uma vez por mês, dose supervisionada:
      - 2 cápsulas de Rifampicina (300 mg em cada uma);
      - 1 comprimido de Dapsona (100 mg);
             - 3 cápsulas de Clofazimina (100 mg cada uma)
  • Em casa, diariamente:
    - 1 comprimido de Dapsona (100 mg).
           - 1 cápsula e Clofazimina de 50 mg.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DA HANSENÍASE


Se a população e os profissionais de saúde aprenderem a valorizar as queixas iniciais da hanseníase, na pele e nos nervos, o diagnóstico poderá ser realizado precocemente.
os relatos dos pacientes atendidos em nossos serviços de saúde demonstram a trajetória longa e difícil que eles percorrem até a confirmação do diagnóstico, por falta de um olhar atento aos sinais e sintomas descritos.
 No depoimento abaixo, uma ex-portadora de hanseníase, já tratada, mostra o que representa essa situação na vida de uma pessoa:

"Primeiro apareceu uma mancha na parte lateral da minha perna. Era uma mancha dormente que não coçava. a minha mão estava dormente até o cotovelo.
Assando uma comida no forno, queimei o braço até o osso e não senti. Quando dei por mim, estava com uma bolha imensa e o braço não doia. Levei quase quatro anos para descobrir que estava com hanseníase. Um médico dizia
que era LER, outro que era coluna, outro que era o jeito de dormir no travesseiro e a dormência não passava.
Até que um dermatologista pediu um exame e me disse que eu era um caso suspeito de hanseníase e que devia fazer uma biópsia. Fiquei brava com o médico e não voltei lá. Hoje tenho vontade de lhe pedir desculpas. Continuei procurando outros médicos, até que que uma médica pediu um exame que deu positivo para hanseníase.
Fiquei desesperada, mas resolvi que ia me tratar e ficar curada. Fiz um tratamento de dois anos e fiquei curada." 

Informação adicional:
O diagnóstico da hanseníase se baseia principalmente no exame físico. Baciloscopia de linfa cutânea é o exame usado para classificação da forma clínica, que define o tipo de tratamento. Em algumas situações, exame histopatológico (biópsia) é usado para diagnóstico diferencial. 

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

QUANDO SUSPEITAR DE HANSENÍASE


A suspeita de hanseníase se baseia na presença de um ou mais dos sinais e sintomas: lesão(ões) ou área(s) na pele com alteração de sensibilidade; acometimento de nervo(s) com espessamento e baciloscopia positiva.
Os sinais e sintomas mais frequentes da hanseníase são manchas e áreas da pele com diminuição de sensibilidade térmica (ao calor e ao frio), tátil (ao tato) e à dor, que podem estar em qualquer parte do corpo, principalmente nas extremidades das maõs e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas.

SINAIS E SINTOMAS
  • Uma ou mais manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo.
  • Área de pele seca e com falta de suor.
  • Área de pele com queda de pelos, inclusive nas sobrancelhas.
  • Úlceras de pernas e pés.
  • Caroços no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
  • Área da pele com perda ou ausência de sensibilidade (não sente tocar).
  • Área da pele com parestesias (sensação de formigamento) ou diminuição da sensibilidade ao calor, à dor e ao tato. A pessoa se queima ou se machuca sem perceber.
  • Dor e sensação de choque, fisgada e agulhadas ao longo dos braços, das pernas e dos pés, inchaço de mãos e pés.
  • Diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos, a exemplo de pessoas que não conseguem mais segurar uma panela, uma sombrinha, um jovem que não consegue chutar uma bola, uma criança que não consegue empinar uma pipa, por exemplo.
Alguns casos apresentam uma doença generalizada em estágio mais avançado e muitas vezes passam sem diagnóstico. É importante que você observe os sinais e sintomas descritos a seguir, que podem ser de outras doenças, mas mesmo assim suspeitos de hanseníase.
  • Febre, artralgia (dor nas juntas) e edemas (inchaços).
  • Entupimento, sangramento, feridas e ressecamento do nariz.
  • Ressecamento dos olhos.
  • Mal estar geral, emagrecimento.
Como você, ACS, pode ajudar:
  • Buscando, em suas visitas domiciliares, identificar pessoas com qualquer desses sinais e sintomas apresentados.
  • Encaminhando à unidade de saúde onde você trabalha a pessoa que apresentar qualquer dos sinais e sintomas apresentados, pois é uma pessoa considerada suspeita de hanseníase. 

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

HANSENÍASE

AMIGOS DO BLOG,
COMEÇANDO PELA A POSTAGEM DE HOJE, NOS PRÓXIMOS DIAS ESTAREI PUBLICANDO UMA SÉRIE SOBRE HANSENÍASE, VOLTADA ESPECIALMENTE PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE, MAS QUE TAMBÉM SERVIRÃO PARA INFORMAR O PÚBLICO EM GERAL. TODO O CONTEÚDO DESTAS POSTAGENS CONSTA NOS CADERNOS DE ATENÇÃO BÁSICA, MANUAIS DE HANSENÍASE, CARTILHAS PARA ACS, E OUTROS MATERIAIS DE DIVULGAÇÃO PRODUZIDOS PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE.
NÃO VOU TRANSCREVER ESTES CONTEÚDOS NA ÍNTEGRA, MAS A SÉRIE DE POSTS VAI DAR UMA VISÃO GERAL DE COMO FUNCIONA O PROGRAMA DE CONTROLE DE HANSENÍASE E TAMBÉM DO PAPEL FUNDAMENTAL QUE TEM A ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE, NA DESCOBERTA DE CASOS E NO CONTROLE DA DOENÇA.

COMO VOCÊ, ACS, PODE AJUDAR NO CONTROLE DA HANSENIASE


Ajudando a divulgar informações sobre a transmissão da doença na sua áea de trabalho, afirmando que:
  • Os doentes das formas contagiosas, param de transmitir a hanseníase, logo que começam o tratamento.
  • Somente a pessoa doente com forma contagiosa, que ainda não iniciou o tratamento, transmite a hanseníase.
  • Não se pega hanseníase bebendo no copo ou utilizandoo mesmo talher da pessoa com doença.
  • A maioria das pessoas tem resistência natural contra o bacilo e não adoece.
COMO PREVENIR A HANSENÍASE? 

A hanseníase aparece de forma silenciosa e muitas vezes nem as pessoas nem os profissionais de saúde valorizam queixas, como formigamento no pé ou na mão, choques, fisgadas, comichões e sinais como manchas esbranquiçadas, queda de pelos e diminução do suor (áreas da pele que não fixam pó ou poeira).

COMO O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE PODE AJUDAR

  • Valorizando, nas suas visitas domiciliares, as queixas das pessoas, observando-as com um olhar mais atento e procurando informá-las sobre os sinais e sintomas da hanseníase.
  • Informando a comunidade sobre esses sinais, explicando que se as pessoas suspeitarem logo no início da doença e o diagnóstico e tratamento forem realizados, elas não vão se transformar em um "caso" de forma contagiosa.
  • Descobrindo e encaminhando as pessoas para o tratamento, logo no início da doença, porque o diagnóstico precoce e o tratamento regular evitam incapacidades e a propagação da doença - evitam novos focos.
  • Verificando se os contatos de uma pessoa diagnosticada com hanseníase foram examinados e se receberam a vacina BCG, pois a vigilância das pessoas que têm mais risco de adoecer pode prevenir novos focos.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

HPV




O Papiloma Vírus Humano, mais conhecido como HPV, é um tipo de vírus que possui mais de 200 subtipos e que só causam doença nos seres humanos.
Estima-se que até 10% da população mundial apresentem o vírus e que até 80% das mulheres entrarão em contato com o mesmo em algum momento da vida. Quando se leva em conta apenas pessoas jovens, a taxa de infecção pode ultrapassar os 50% em algumas regiões.
A maioria dos casos de infecção pelo HPV são assintomáticos e transitórios. Após 2 anos, 90% dos infectados curam-se espontaneamente, apenas pela a ação do  sistema imune. Os 10% que não conseguem cura espontanea  HPV e desenvolvem infecção permanente.

Sintomas do HPV

O HPV infecta principalmente o epitélio da pele e das mucosas. Cada subtipo de vírus tem tropismo por uma área do corpo, como o HPV tipo 2 e 4,  associados às verrugas comuns de pele, enquanto o tipo 1 à verrugas que acometem a planta dos pés.
 
Os HPVs que infectam a pele são normalmente contraídos quando há portas de entrada, como cortes e arranhões que permitem a invasão do vírus para dentro do organismo. A transmissão é por contato direto. Podem acometer mãos, pés e a mucosa genital.
 
Outros subtipos do HPV têm tropismo pelas mucosas, principalmente as genitais. Neste caso a transmissão é feita por via sexual.
O condiloma acuminado ou verruga genital é uma doença sexualmente transmissível, causada pelo HPV-6 e HPV-11, que se caracteriza pela formação de verrugas genitais, conhecidas popularmente como crista de galo.
As infecções pelo HPV-6 e HPV-11 também estão relacionadas a cânceres do pênis, vagina, ânus e da orofaringe (parte superior do trato respiratório), este último em caso de contaminação por sexo oral. Outros subtipos como o HPV-16 também causam câncer nestas regiões.

As verrugas costumam aparecer entre um em três meses após a infecção pelo vírus. Algumas pessoas são infectadas pelo vírus e nunca desenvolvem verrugas. Mesmo assim, podem infectar outras pessoas.
A associação mais conhecida e comum entre HPV e câncer ocorre com o câncer do colo uterino.
O colo do útero é a região mais inferior, fazendo a ligação entre o útero e a parte mais interna da vagina.
Existem 15 subtipos considerados de alto risco para o câncer do colo de útero, porém, pelo menos 70% deles são causados pelo HPV-16 e HPV-18.



PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE  HPV



Como são as verrugas genitais?
São pequenas bolhas cor de rosa ou vermelhas que crescem nos órgãos genitais e nas áreas ao seu redor. Elas se parecem com pequenos pedaços de couve-flor, podem ser muito pequenas e difíceis de enxergar. Geralmente aparecem em conjuntos de três ou quatro, crescem e se espalham rapidamente. Não costumam ser doloridas, mas pode sangrar e causar muita coceira.

Como saber se tenho HPV?
Assim como muitas outras doenças sexualmente transmissíveis, nem sempre o HPV apresenta sintomas visíveis. Nas mulheres, as verrugas podem aparecer tanto fora quanto dentro da vagina, no colo do útero e também em volta do ânus. Nos homens, elas podem ser vistas na extremidade do pênis, no corpo, no saco escrotal e também em volta do ânus. Lesões também podem se desenvolver na boca e na garganta de pessoas que tenham feito sexo oral com alguém infectado.

Quais os testes que detectam a presença de HPV?
Exame das protuberâncias para checar se elas se parecem com verrugas genitais
Aplicação de uma solução levemente ácida (parecida com vinagre) para ressaltar as protuberâncias menos visíveis
Exame completo da área pélvica e exame de papanicolau
Biópsia do tecido do colo do útero para ter certeza de que não há células que, contaminadas pelas verrugas do HPV possam levar ao câncer de colo do útero.
Exame específico para detectar o HPV (coletado da mesma maneira que o papanicolau).

Como é o tratamento?
Nenhum tratamento é capaz de matar ou eliminar o vírus que causa as verrugas. Seu médico pode removê-las por meio de uma terapia a lazer ou então com substâncias químicas. Alguns remédios podem ser usados em casa. Uma cirurgia pode ser necessária se as verrugas ficarem muito grandes e difíceis de tratar.

O que acontece se eu não tratá-las?
Mesmo com tratamento adequado, o HPV aumenta as chances de desenvolvimento de câncer no colo do útero e também de câncer no pênis, no caso dos homens. Mas nem todos os tipos de HPV estão associados ao aparecimento de câncer. Os vírus dos tipos 6 e 11 são responsáveis por 90% das verrugas genitais em homens e mulheres. Já os tipos 16 e 18 estão associados a 70% dos casos de câncer do colo do útero.

Como me prevenir?
A melhor forma de prevenção é não fazer sexo com uma pessoa infectada pelo HPV. O uso de camisinha em toda a relação sexual também é essencial. Atualmente, já está disponível no Brasil uma vacina contra o HPV. Ela protege contra infecções pelos vírus do tipo 6, 11, 16 e 18. Nos estudos, a vacina mostrou eficácia de 100% para verrugas genitais. Para a infecção contra o HPV a eficácia foi de 90%.


Boa tarde, pessoal!!!!!

Muito sol e calor aqui em Aracruz, e acredito que em todo o Brasil.
Amigos, deixei de lado as receitas culinárias dos domingos.
Agora serão postados assuntos de rotina. As receitas já postadas continuam arquivadas para quem tiver algum interesse.
O post de hoje é sobre o papiloma vírus, causador do condiloma e um dos fatores de risco para câncer do colo de útero, como vimos na última postagem. Já que houve referências a ele, vamos saber um pouco mais sobre o HPV.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

CANCER DE COLO UTERINO



Fatores de Risco
 Vários são os fatores de risco identificados para o câncer do colo do útero, sendo que alguns dos principais estão associados às baixas condições sócio-econômicas, ao início precoce da atividade sexual, à multiplicidade de parceiros sexuais, ao tabagismo (diretamente relacionados à quantidade de cigarros fumados), à higiene íntima inadequada e ao uso prolongado de contraceptivos orais. Estudos recentes mostram ainda que o vírus do papiloma humano (HPV) tem papel importante no desenvolvimento da neoplasia das células cervicais e na sua transformação em células cancerosas. Este vírus está presente em mais de 90% dos casos de câncer do colo do útero.

Estratégias de Prevenção
A prevenção primária do câncer do colo do útero pode ser realizada através do uso de preservativos durante a relação sexual. A prática do sexo seguro é uma das formas de evitar o contágio pelo HPV, vírus que tem um papel importante no desenvolvimento de lesões precursoras e do câncer.
A principal estratégia utilizada para detecção precoce da lesão precursora e diagnóstico precoce do câncer (prevenção secundária) no Brasil é através da realização do exame preventivo do câncer do colo do útero (conhecido popularmente como exame de Papanicolaou). O exame pode ser realizado nos postos ou unidades de saúde que tenham profissionais da saúde capacitados para realizá-los.
É fundamental que os serviços de saúde orientem sobre o que é e qual a importância do exame preventivo, pois a sua realização periódica permite reduzir a mortalidade por câncer do colo do útero na população de risco. O INCA tem realizado diversas campanhas educativas, voltadas para a população e para os profissionais da saúde, para incentivar o exame preventivo.
O exame preventivo
 O exame preventivo do câncer do colo do útero (exame de Papanicolaou) consiste na coleta de material citológico do colo do útero, sendo coletada uma amostra da parte externa (ectocérvice) e outra da parte interna (endocérvice).
Para a coleta do material, é introduzido um espéculo vaginal e procede-se à escamação ou esfoliação da superfície externa e interna do colo através de uma espátula de madeira e de uma escovinha endocervical.
Mulheres grávidas também podem realizar o exame. Neste caso, são coletadas amostras do fundo-de-saco vaginal posterior e da ectocérvice, mas não da endocérvice, para não estimular contrações uterinas.
A fim de garantir a eficácia dos resultados, a mulher deve evitar relações sexuais, uso de duchas ou medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores ao exame. Além disto, exame não deve ser feito no período menstrual, pois a presença de sangue pode alterar o resultado.
Quem e quando fazer o exame preventivo
 Toda mulher que tem ou já teve atividade sexual deve submeter-se a exame preventivo periódico, especialmente se estiver na faixa etária dos 25 aos 59 anos de idade.
Inicialmente, um exame deve ser feito a cada ano e, caso dois exames seguidos (em um intervalo de 1 ano) apresentarem resultado normal, o exame pode passar a ser feito a cada três anos.
Se o exame acusou:
  • Negativo para câncer: se esse for o primeiro resultado negativo, é necessário fazer novo exame preventivo daqui a um ano. Se já houver um resultado negativo no ano anterior, o exame preventivo deverá ser feito daqui a 3 anos;
• Alteração (NIC I): repetir o exame daqui a 6 meses;
• outras alterações (NIC II e NIC III): o médico deverá decidir a melhor conduta. Será necessário fazer novos exames, como a colposcopia;
• infecção pelo HPV: o exame deverá ser repetido daqui a 6 meses;
• amostra insatisfatória: a quantidade de material não deu para fazer o exame. Repetir o exame logo que for possível.
Independente desses resultados, é possível que a mulher possa ter alguma outra infecção que será tratada, devendo seguir o tratamento corretamente. Muitas vezes é preciso que o seu parceiro também receba tratamento. Nesses casos, é bom que ele vá ao serviço de saúde receber as orientações diretamente dos profissionais de saúde.
Vacinação
 Recentemente foi liberada uma vacina para o HPV. No momento está em estudo no Ministério da Saúde o uso pelo SUS. É importante enfatizar que esta vacina não protege contra todos os subtipos do HPV. Sendo assim, o exame preventivo deve continuar a ser feito mesmo em mulheres vacinadas. Saiba mais sobre HPV.
Sintomas
 Existe uma fase pré-clínica (sem sintomas) do câncer do colo do útero, em que a detecção de possíveis lesões precursoras é através da realização periódica do exame preventivo. Conforme a doença progride, os principais sintomas do câncer do colo do útero são sangramento vaginal, corrimento e dor.

Tratamento
  O tratamento adequado para cada caso deve ser avaliado e orientado por um médico. 

Fonte: Portal da Saúde - Ministério da Saúde 
Marcadores: cancer cervical; cancer de útero; exame preventivo; papanicolaou.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Nota sobre nova postagem

No post abaixo, uma volta ao tema "Marcadores Tumorais", com a transcrição de um artigo do excelente portal Oncoguia, o qual recomendo. Lá vocês vão encontrar uma infinidade de informações sobre o assunto, como, tipos de câncer, prevenção, legislação, tratamentos, direitos do paciente oncológico e outros. Todos tratados por profissionais especializados, incluindo, além de oncologistas, fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos, nutricionistas etc. Se você tem algum tipo de interesse pelo tema, acesse e conheça o portal.

Marcadores Tumorais para Câncer Gastrointestinal, Estômago, Pâncreas, Fígado, Colo e Reto




Vimos anteriormente o que é e qual é a função dos marcadores tumorais. Aqui você encontrará os marcadores tumorais do câncer do estômago, pâncreas, fígado, reto e colo. São eles:

     
AFP - Normalmente, a AFP (alfa-fetoproteína) é uma proteína produzida apenas pelo bebê em sua vida intra-uterina (feto). Algumas células cancerígenas, incluindo células de câncer de fígado, poderão retomar sua forma prévia fetal e começar a produzir a alfa-fetoproteína novamente. Testes seriados de alfa-fetoproteína são utilizados para medir o quão bem um tratamento para câncer de fígado está indo.

     
CEA - O CEA (antígeno carcinoembrionário) é um marcador tumoral encontrado em vários tumores do trato GI. Não é específico para nenhum tipo de câncer, portanto não pode ser utilizado para rastreamento de pessoas com algum tipo particular de tumor. Pessoas com câncer colo-retal cujos níveis de CEA estão altos na época do diagnóstico poderão ter uma chance aumentada de recidiva do câncer após a cirurgia. Testes seriados de CEA podem auxiliar o médico a acompanhar se e o quanto o tratamento está funcionando. Após o término do tratamento, o acompanhamento dos níveis de CEA poderá ajudar a detectar uma recorrência do câncer. Um alto nível de CEA poderá ser um sinal que o câncer se espalhou, por exemplo, para o fígado.

     
CA-19-9 - O CA 19-9 é outro marcador tumoral genérico encontrado em vários tipos de câncer do trato gastrointestinal incluindo tumores pancreático e de estômago. O marcador tumoral CA 19-9 é mais utilizado para acompanhar a resposta ao tratamento em pacientes com câncer de pâncreas avança.

     
GGT - Pessoas que tem câncer de fígado possuem níveis altos de GGT (gama-glutamil transferase) em seu sangue. Testes seriados de GGT podem ajudar a monitorar o quão bem o tratamento está funcionando. Após o término do tratamento, o seguimento com dosagens de GGT podem detectar o retorno da doença. NOTA: uso freqüente e em grande quantidade de álcool poderá aumentar os níveis de GGT.

     
Tripsina - O marcador tumoral Tripsina é uma enzima normalmente produzida pelo pâncreas, que auxiliam digestão de proteínas. Os níveis de tripsina habitualmente caem em pessoas com câncer de pâncreas.

     
Gene APC - Pessoas com uma condição hereditária chamada de PAF (polipose adenomatosa familiar) desenvolvem centenas de pólipos no cólon. Quase sempre, um ou mais desses pólipos se transformam em um câncer de cólon. Cientistas descobriram que uma mutação (alteração) no gene APC causa a polipose adenomatosa familiar. Pessoas que têm uma história familiar positiva para câncer de cólon podem ser rastreadas para o gene mutante ligado a PAF. Se a mutação for detectada, os médicos poderão prescrever uma medicação para reduzir o número de pólipos em pessoas com PAF.

Fonte: Portal Oncoguia 

Pode-se dizer que, pacientes que inicialmente apresentam um marcador tumoral em nível elevado, e que se normaliza com a intervenção terapêutica invariavelmente têm uma resposta favorável; já aqueles que apresentam um marcador tumoral persistentemente elevado ou em ascensão apresentam  alta probabilidade de doença recorrente ou progressiva e devem ser vistos como suspeitos de doença metastática

SINDROME DE BURNOUT




O QUE É
Termo derivado da expressão em inglês: “to burn out”, que traduzida significa “queimar por completo”.
É um distúrbio psíquico identificado primeiramente nos Estados Unidos, em 1974, pelo psicanalista e pesquisador Herbert  J. Freunderberger, que o descreveu como um “profundo esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional.”
 Podendo ser definida como reação a tensão emocional crônica, gerada a partir de contato direto, excessivo e desgastante com o trabalho, essa doença faz com que o indivíduo perca o interesse em sua relação com o trabalho, de forma que coisas relativas a este, deixem de ter importância e qualquer esforço pessoal passe a parecer inútil.
Atinge pessoas sem antecedentes psicopatológicos e está sempre relacionada ao mundo do trabalho.
Mostra predileção por profissionais que mantêm relação constante e direta com outras pessoas, principalmente em atividades consideradas de “ajuda” – médicos, professores, enfermeiros etc.
Áreas profissionais mais expostas à síndrome:
Tecnologia da Informação
Medicina e saúde
Engenharia
Vendas e marketing
Educação
Mercado financeiro
Recursos humanos
Operações
Produção
Religião
(fonte: Consultoria SWNS - 2006)
Não estão excluídos dos grupos de risco, executivos, donas de casa, artistas em geral e estudantes.
Características pessoais que predispõem à doença:
Indivíduos excessivamente críticos, exigentes consigo mesmos e com os outros.
Idealismo elevado, excesso de dedicação, alta motivação, perfeccionismo, rigidez.
Indivíduos que se envolvem com o que fazem, não medindo esforços para atingir objetivos propostos.
Sintomas emocionais e comportamentais:
Autoavaliação negativa do desempenho profissional
Esgotamento físico e emocional, sensação de fracasso e de impotência
Baixo rendimento, comportamento cínico, impaciência, dificuldade de concentração
Depressão, pouca tolerância à frustração
Impetos de abandono do trabalho
Comportamento paranóico e/ou agressivo.
Nas pessoas atingidas pela síndrome, é marcante o desapontamento e tristeza, diferindo dos depressivos clássicos,
Em quem há uma maior submissão à letargia e aos sentimentos de culpa e derrota. Em comum ambos apresentam disforia e desanimo.
Manifestações físicas ou psicossomáticas:
Fadiga crônica, cefaléia, distúrbios do sono, transtornos digestivos, hipertensão, arritimias, perda de peso, mialgias,
Dores na coluna, manifestações alérgicas, lapsos de memória.
Fatores associados à Síndrome de Bournaut:
Pouca autonomia no desempenho profissional, problemas de relacionamento com superiores, colegas ou clientes; conflito entre trabalho e vida familiar, sentimento de desqualificação, falta de cooperação entre membros de uma equipe.
O ambiente de trabalho e situações organizacionais são fundamentais para o desenvolvimento da síndrome, mas sua manifestação depende muito mais da reação individual frente a situações da rotina profissional.
A sensação de inadequação e o sofrimento psíquico intenso desembocam , em geral, nos sintomas físicos.
O Grupo V do CID 10, no Inciso XII, menciona a Síndrome de Bournaut, “Síndrome do Esgotamento Profissional”, também identificada como “Sensação de Estar Acabado”. O profissional  atingido pela doença tem direito a afastamento para tratamento de saúde.
Estudiosos consideram a Síndrome de Bournaut, uma das prováveis causas da desmotivação que sofrem profissionais da saúde atualmente.

Fontes de pesquisa – sites: Wikipedia, Psiquiweb, Drauzio Varella